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Para delegado, diretores de bancos são "coniventes" com esquema
DA REPORTAGEM LOCAL
Os bancos suíços foram coniventes com o esquema de remessa ilegal de recursos para
fora do país, segundo o delegado Ricardo Andrade Saadi, responsável pela Operação Kaspar
2, realizada pela Polícia Federal
em quatro Estados -São Paulo,
Rio, Bahia e Amazonas.
"Para fazer esse esquema, o
gerente tem que ter a conivência da instituição financeira em
que atua", disse Saadi.
No ano passado, os policiais
identificaram que o escritório
de "private banking" do Credit
Suisse indicava doleiros para
que proprietários de empresas
e executivos de companhias de
grande porte enviassem recursos ilegalmente ao exterior. As
contas na Suíça eram abertas
em um escritório do Credit na
avenida Faria Lima.
Agora, alguns bancos suíços
nem abrem escritório no país.
"O que notamos é que esquema
se sofisticou. Os gerentes dos
bancos suíços vinham visitar os
clientes para fazer as remessas", relata Saadi. "Esses clientes, em sua maior parte, eram
grandes empresas com caixa-dois que queriam remeter dinheiro para fora do país. O dinheiro era mandado para a Suíça e, posteriormente, enviado
para China e EUA."
A polícia começou a desvendar o esquema ao interceptar as
conversas telefônicas de Claudine Spiero, acusada pela PF de
ser doleira responsável por esquema de remessa ilegal.
As primeiras interceptações
foram feitas quando ela atuava
para o Credit Suisse, segundo a
Folha apurou. O nome do UBS
apareceu também na investigação de outros dois doleiros. Um
deles é Marco Antonio Cursini,
acusado de fazer as remessas
para o Credit Suisse.
Para não ser preso, Cursini
fez um acordo de delação premiada com a Justiça, dando informações sobre bancos suíços
no Brasil.
(MCC E CR)
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