São Paulo, quarta-feira, 07 de novembro de 2007

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Para delegado, diretores de bancos são "coniventes" com esquema

DA REPORTAGEM LOCAL

Os bancos suíços foram coniventes com o esquema de remessa ilegal de recursos para fora do país, segundo o delegado Ricardo Andrade Saadi, responsável pela Operação Kaspar 2, realizada pela Polícia Federal em quatro Estados -São Paulo, Rio, Bahia e Amazonas.
"Para fazer esse esquema, o gerente tem que ter a conivência da instituição financeira em que atua", disse Saadi.
No ano passado, os policiais identificaram que o escritório de "private banking" do Credit Suisse indicava doleiros para que proprietários de empresas e executivos de companhias de grande porte enviassem recursos ilegalmente ao exterior. As contas na Suíça eram abertas em um escritório do Credit na avenida Faria Lima.
Agora, alguns bancos suíços nem abrem escritório no país. "O que notamos é que esquema se sofisticou. Os gerentes dos bancos suíços vinham visitar os clientes para fazer as remessas", relata Saadi. "Esses clientes, em sua maior parte, eram grandes empresas com caixa-dois que queriam remeter dinheiro para fora do país. O dinheiro era mandado para a Suíça e, posteriormente, enviado para China e EUA."
A polícia começou a desvendar o esquema ao interceptar as conversas telefônicas de Claudine Spiero, acusada pela PF de ser doleira responsável por esquema de remessa ilegal.
As primeiras interceptações foram feitas quando ela atuava para o Credit Suisse, segundo a Folha apurou. O nome do UBS apareceu também na investigação de outros dois doleiros. Um deles é Marco Antonio Cursini, acusado de fazer as remessas para o Credit Suisse.
Para não ser preso, Cursini fez um acordo de delação premiada com a Justiça, dando informações sobre bancos suíços no Brasil. (MCC E CR)


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