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BRA tem de devolver dinheiro ou arranjar outro vôo, diz Procon
Empresa é obrigada a prestar assistência, afirma órgão; agência de viagem tem de providenciar solução para quem comprou pacotes
Em caso de prestações com cartão de crédito, orientação é a de que consumidores suspendam pagamento
com a própria operadora
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com a suspensão de vôos da
BRA Transportes Aéreos, os
clientes que têm passagem ou
pacotes de viagem comprados
pela companhia ou pela PNX
Travel, agência de viagem do
grupo, devem procurar a empresa para obter o dinheiro de
volta ou serem alocados em
vôos de outras empresas. Segundo o Procon (Fundação de
Proteção e Defesa do Consumidor), a empresa tem dever de
dar assistência aos passageiros.
O grande problema para os
consumidores nessa situação é
o fato de que a companhia já
anunciou ontem que seus 1.100
entraram em aviso prévio, ou
seja, serão demitidos. A BRA
chegou a informar, por meio de
um comunicado, que os passageiros não devem se dirigir ao
aeroporto para embarques sem
antes ligar para o número
0/xx/11/3583-0122. Ontem, a
Folha tentou entrar em contato com a empresa neste número mais de dez vezes e em todas
o telefone estava ocupado.
Marco Fabio Morsello, juiz
de direito da 9ª Vara Civil do
Fórum Regional de Santana,
em São Paulo, e especialista em
transporte aéreo, informou
que, caso os clientes não consigam realizar ligações para empresa ou não encontrem nenhum funcionário nos balcões
e lojas, podem procurar o posto
da Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) nos aeroportos.
"A Anac é que exigirá o direito
de ressarcimento aos passageiros e poderá colocá-los em outros vôos, caso a BRA se omita."
Conforme orientação do
Idec (Instituto de Defesa do
Consumidor), a BRA também
tem de bancar os gastos com
alimentação, telefonemas,
transporte e hospedagem nos
casos em que vôos mudem de
data ou hora. Se o vôo já tiver sido marcado, a empresa é obrigada a encontrar vôos de outras
empresas para seus clientes,
mesmo que o pagamento ainda
não tenha sido completo.
Se nem a empresa ou a Anac
resolverem o problema, o passageiro pode registrar queixa
em um órgão de defesa do consumidor de sua cidade.
Além disso, no caso de pacotes comprados em agências de
viagem, são essas empresas as
responsáveis em transferir o
passageiro para outro vôo.
"Quem comprou pacote deve
procurar a agência para remarcar o bilhete ou ter seu dinheiro
de volta. Se não for possível, é
preciso procurar o Procon", diz
Leonel Rossi Junior, diretor da
Abav (Associação Brasileira de
Agências de Viagens).
Em ligações para quatro
agências da PNX Travel, operadores afirmaram que não estão
mais vendendo nenhuma passagem da BRA e que não receberam ainda nenhuma orientação sobre o que fazer com os clientes que compraram pacotes da companhia. "Tenho
clientes que estão em viagem e,
sinceramente, não sei o que fazer", disse uma atendente, que
não quis ser identificada.
Ela também aconselhou que,
caso a compra tenha sido feita
por meio de cartão de crédito,
que se tentasse cancelar a compra na operadora do cartão.
O Idec ainda informa que, no
caso de bilhete adquirido pelo
sistema de crediário ou cartão
de crédito, o consumidor tem
direito à imediata devolução
dos valores já quitados, além da
devolução das prestações que
ainda não foram pagas. "Caso
isso não seja possível, cabe novamente à Anac resolver o caso", afirma Morsello.
Em último caso, de acordo
com o Idec, os clientes com
problemas poderão entrar na
Justiça contra a BRA, para obter os valores pagos de volta e
até mesmo pleitear perdas por
danos morais e materiais.
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