|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ECONOMIA DE GUERRA
Plano inclui fechamento de fábricas e pode atingir Brasil
Ford anuncia 20 mil demissões
TIM BURT
NIKKI TAIT
DO "FINANCIAL TIMES"
O conselho da Ford Motor
Company anunciou que vai demitir mais de 20 mil funcionários,
além do fechamento de fábricas e
cortes agressivos na capacidade
de produção.
Pelo menos 8.000 cargos executivos e administrativos devem ser
cortados 20% do total- e até 12
mil operários seriam encorajados
a aceitar aposentadoria antecipada ou pacotes para demissão voluntária.
A iniciativa marca a culminação
de uma revisão estratégica de seis
meses de duração conduzida por
Nick Scheele, promovido ao posto de diretor operacional depois
que Jac Nasser perdeu o cargo de
executivo chefe, em outubro.
Acredita-se que o objetivo da
Ford seria obter uma economia
entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões ao ano em seus custos operacionais, a fim de recuperar a lucratividade de seu mercado principal, o norte-americano. Esse
corte é visto por Wall Street como
o mínimo necessário para que o
grupo mantenha sua competitividade diante de montadoras de automóveis estrangeiras.
A Ford alertou que terá um prejuízo de cerca de 50 centavos de
dólar por ação, ou cerca de US$
900 milhões, no quarto trimestre.
Isso deixará o grupo com um déficit de US$ 1,3 bilhão este ano ainda que provisões adicionais para
cobrir os custos de reestruturação
possam aumentar ainda mais os
prejuízos.
A Ford já anunciou planos para
adotar um turno único de produção em sua fábrica Edison, em
Nova Jersey, e outras fábricas que
podem estar em risco são a de Ontário, no Canadá, e instalações em
Atlanta e St. Louis.
A reestruturação deve envolver
uma mudança profunda na divisão de produção de motores e
transmissões da Ford. A empresa
deve transferir parte maior de
suas operações de desenvolvimento de motores para a Mazda,
sua afiliada japonesa.
Brasil
A Ford ainda não definiu se seu
programa de demissões se estende às plantas brasileiras. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC diz
não acreditar em novo "banho de
sangue" como o que se viu no ano
passado.
De acordo com o sindicato, não
deve haver cortes na unidade de
Camaçari, na Bahia. E, em São
Bernardo do Campo, em São Paulo, os funcionários da Ford estão
protegidos por um acordo que garante os empregos nos próximos
cinco anos.
A única planta "descoberta",
que preocupa o sindicato é a de
Taubaté, justamente onde a montadora produz motores e transmissões, e abriga 1,2 mil funcionários.
Texto Anterior: Comércio exterior: Superávit de 2001 fará juro básico cair, prevê Amaral Próximo Texto: Aviação: Embraer faz anúncio de aquisição nos EUA Índice
|