São Paulo, terça-feira, 08 de janeiro de 2002

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RACIONAMENTO

Governo pode flexibilizar limites se continuar chovendo acima do previsto e se o consumo ficar abaixo do estipulado

Meta para indústria deve cair em fevereiro

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo deverá atenuar o racionamento de energia para a indústria a partir do início de fevereiro. O mesmo deverá acontecer com a meta de redução estipulada para iluminação pública.
Para que isso aconteça é preciso que o consumo de energia continue abaixo da meta fixada pelo governo e chova mais do que o esperado, como já vem ocorrendo. "Como há folga de consumo, é possível que haja flexibilização das metas a partir de fevereiro", disse ontem o ministro José Jorge (Minas e Energia).
No final de fevereiro, se a economia de energia continuar dentro do esperado e as chuvas forem abundantes, o governo deverá acabar por completo com o racionamento de energia, iniciado em junho do ano passado.
De acordo com dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a economia de energia em janeiro ficou 13,96% acima do necessário. No Nordeste, o consumo neste mês está 13,52% aquém do teto fixado pelo governo. Os reservatórios das hidrelétricas também estão mais cheios do que o previsto.
Pelas regras atuais do racionamento, indústrias têm de economizar de 15% a 25% dos gastos médios de energia verificados em maio, junho e julho do ano passado. A meta de consumo varia de acordo com o tipo de atividade. A redução de consumo na iluminação pública é de 35% em relação ao consumo verificado em 31 de maio do ano passado.
O ministro Pedro Parente (Casa Civil), presidente do "ministério do apagão", disse que não haverá novas flexibilizações no racionamento de energia para os consumidores residenciais e comerciais até o final do mês de fevereiro. Em novembro, as metas desses consumidores foram flexibilizadas.
Ao longo do racionamento, o "ministério do apagão" fez várias concessões para a indústria. Essas concessões impediram, na prática, cortes em indústrias que ultrapassassem a meta do racionamento. Nesse caso, a energia é fornecida a um preço maior e o corte só acontece por inadimplência.
Várias indústrias já conseguiram ter sua meta de consumo aumentada por meio de pedidos feitos ao "ministério do apagão" por sindicatos ou associações representativas de um setor.

Reunião
Governadores da região Nordeste se reúnem hoje com os ministros Pedro Parente e José Jorge. O objetivo é explicar como será feita a reestruturação da geradora estatal Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco).


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