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RACIONAMENTO
Governo pode flexibilizar limites se continuar chovendo acima do previsto e se o consumo ficar abaixo do estipulado
Meta para indústria deve cair em fevereiro
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo deverá atenuar o racionamento de energia para a indústria a partir do início de fevereiro. O mesmo deverá acontecer
com a meta de redução estipulada
para iluminação pública.
Para que isso aconteça é preciso
que o consumo de energia continue abaixo da meta fixada pelo
governo e chova mais do que o esperado, como já vem ocorrendo.
"Como há folga de consumo, é
possível que haja flexibilização
das metas a partir de fevereiro",
disse ontem o ministro José Jorge
(Minas e Energia).
No final de fevereiro, se a economia de energia continuar dentro
do esperado e as chuvas forem
abundantes, o governo deverá
acabar por completo com o racionamento de energia, iniciado em
junho do ano passado.
De acordo com dados do ONS
(Operador Nacional do Sistema
Elétrico), nas regiões Sudeste e
Centro-Oeste, a economia de
energia em janeiro ficou 13,96%
acima do necessário. No Nordeste, o consumo neste mês está
13,52% aquém do teto fixado pelo
governo. Os reservatórios das hidrelétricas também estão mais
cheios do que o previsto.
Pelas regras atuais do racionamento, indústrias têm de economizar de 15% a 25% dos gastos
médios de energia verificados em
maio, junho e julho do ano passado. A meta de consumo varia de
acordo com o tipo de atividade. A
redução de consumo na iluminação pública é de 35% em relação
ao consumo verificado em 31 de
maio do ano passado.
O ministro Pedro Parente (Casa
Civil), presidente do "ministério
do apagão", disse que não haverá
novas flexibilizações no racionamento de energia para os consumidores residenciais e comerciais
até o final do mês de fevereiro. Em
novembro, as metas desses consumidores foram flexibilizadas.
Ao longo do racionamento, o
"ministério do apagão" fez várias
concessões para a indústria. Essas
concessões impediram, na prática, cortes em indústrias que ultrapassassem a meta do racionamento. Nesse caso, a energia é fornecida a um preço maior e o corte
só acontece por inadimplência.
Várias indústrias já conseguiram ter sua meta de consumo aumentada por meio de pedidos feitos ao "ministério do apagão" por
sindicatos ou associações representativas de um setor.
Reunião
Governadores da região Nordeste se reúnem hoje com os ministros Pedro Parente e José Jorge.
O objetivo é explicar como será
feita a reestruturação da geradora
estatal Chesf (Companhia Hidro
Elétrica do São Francisco).
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