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AVIAÇÃO 2
Montante viria de parceria com Boeing e GE e resolve dívida de US$ 830 mi
Varig deve fechar acordo de US$ 1 bi
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Varig deve firmar nas próximas semanas um robusto contrato de injeção de recursos com as
empresas norte-americanas
Boeing e General Electric, segundo apurou ontem a Folha com
empresários e consultores de
aviação. O montante a ser destinado à empresa brasileira giraria
em torno de US$ 1 bilhão, o que
resolveria seus problemas com a
dívida de US$ 830 milhões.
Os entendimentos entre as três
empresas têm sido tratados em
caráter extremamente sigiloso.
Mas algumas informações já vazaram no mercado, como a decisão da Boeing de ajudar a Varig a
sair de sua situação. "A Boeing
quer que a Varig sobreviva para
garantir futuros contratos de fornecimento de aeronaves. A empresa brasileira deve encomendar
cerca de 200 aeronaves nos próximos dez anos", afirmou à Folha
Robert Both, consultor da empresa Avman, dos Estados Unidos.
Uma das cláusulas do contrato
que deve ser firmado entre as
companhias garantirá inclusive
exclusividade total de fornecimento de aeronaves da Boeing
para a Varig. A medida deve ser
exigida pela Boeing porque a empresa brasileira manteve em 2001
vários contatos com a Airbus, a
principal concorrente da Boeing.
O objetivo da Varig era adquirir
aviões a preços mais baratos. "Os
entendimentos, no entanto, foram suspensos depois de setembro", disse Mário Sampaio, consultor da Airbus no Brasil. O projeto inicial era substituir três
Boeing-767/300 e três 767/200 da
Varig por aeronaves da Airbus.
Diante disso, a Boeing viu seu
fornecimento de aeronaves para a
maior companhia aérea da América Latina ameaçado. Partiu para
a ofensiva. Sua primeira medida
foi refazer contratos de leasing
com a Varig em dezembro, o que
reduziu a dívida da companhia
aérea dos cerca de US$ 1,2 bilhão
para US$ 830 milhões.
O próximo passo deve ser tomado junto com a General Electric,
com a injeção de recursos ou
alongamento de dívidas da Varig.
Em troca, as duas companhias receberiam ações da brasileira e teriam controle sobre a sua administração. O limite de 20% de capital estrangeiro em empresas aéreas -estipulado pela legislação
brasileira- poderia ser "driblado", pois a GE tem uma empresa
brasileira de manutenção de equipamentos -a Selma.
A assessoria da Varig afirmou
que a empresa não irá comentar a
existência ou não de um acordo
em andamento com a GE e a
Boeing. Ressaltou, no entanto,
que nos próximos três meses a
Varig irá anunciar medidas extremamente importantes para a
companhia.
O diretor comercial para a
América Latina da Boeing, Daniel
Silva, negou que esteja em curso
qualquer acordo do tipo com a
Varig neste momento. A Folha
também procurou diversos representantes da GE, mas nenhum
deles foi localizado.
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