São Paulo, quarta-feira, 08 de janeiro de 2003

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Banqueiros elogiam declarações do novo presidente do Banco Central

LEONARDO SOUZA
NEY HAYASHI DA CRUZ

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pedro Moreira Salles (presidente do Unibanco), Roberto Setúbal (presidente do Itaú), Bernard Mencier (presidente do BNP Paribas), Gustavo Marin (presidente do Citibank), Fernão Bracher (presidente do BBA), entre outros dirigentes de instituições financeiras de peso, assistiram à transmissão do cargo de presidente do Banco Central e elogiaram bastante o compromisso que Henrique Meirelles assumiu em manter o sistema de metas de inflação e ter como único objetivo a estabilidade de preços.
Todos disseram que as palavras do novo presidente do BC, que já tomou posse na semana passada e foi presidente do BankBoston, tiveram grande peso para a nova queda do dólar ontem e para o otimismo que prevalece no mercado.
"O discurso está perfeitamente alinhado com a política de metas de inflação e com o que o ministro [Antonio" Palocci tem defendido. Há muita consistência com o que foi colocado no programa [de governo" do PT, com os compromissos que o partido assumiu antes da eleição na "Carta ao Povo Brasileiro". Acho que está tudo muito consistente, o que ajuda esse clima [de otimismo" do mercado", disse Setúbal.
"Achei o discurso muito consistente. Ele [Meirelles" deixou claro que o papel do BC é conseguir a estabilidade de preços. Sem dúvida, [o discurso" contribui muito para o otimismo do mercado", disse Moreira Salles.
Bernard Mencier, que antes de comandar o BNP dirigiu o também francês CCF no Brasil, disse estar confiante em que os investidores estrangeiros que deixaram o país no ano passado -"não definitivamente, mas para avaliar a situação política no país"- regressem ao mercado brasileiro, motivados pelas decisões de reformas e compromissos assumidos por Palocci e Meirelles.
"Não tenho dúvida de que avaliarão rapidamente as oportunidades de investimento no Brasil, tanto no setor financeiro como no industrial", disse Mencier.
Gustavo Marin elogiou a coerência que tem sido mostrada por Palocci desde que foi indicado para o cargo. Não deixou, porém, de mostrar um certo ceticismo: "Vamos ver os fatos. O discurso prepara o terreno, assim como o jogador prepara uma boa jogada. Ainda precisa vir o centroavante e fazer o gol".


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