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MERCADO FINANCEIRO
Desde agosto de 2003, governo estendeu de 60 para 180 dias o prazo para a aquisição de divisas
Limite do Tesouro levou BC a comprar dólar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A decisão de transferir para o
Banco Central a responsabilidade
de comprar dólares no mercado
para reforçar as reservas internacionais do país se deve às restrições que o Tesouro Nacional começava a encontrar para fazer esse tipo de operação.
Desde agosto de 2003, o Tesouro tem comprado dólares no mercado para pagar parte de seus
compromissos externos. Inicialmente, as compras só podiam ser
feitas, porém, num prazo máximo
de 60 dias antes do vencimento
das parcelas da dívida. No final de
2003, esse prazo foi ampliado
duas vezes, chegando aos 180 dias
em vigor atualmente.
No primeiro semestre deste
ano, vencem US$ 7,3 bilhões em
parcelas da dívida externa. Desse
valor, US$ 5,5 bilhões -ou 75%
do total- serão pagos com dólares comprados ainda em 2003.
Restava ao Tesouro a possibilidade de comprar, neste mês, algo
próximo de US$ 1,8 bilhão.
A quantia era considerada baixa, já que, em dezembro, as compras do Tesouro já ultrapassavam
US$ 2 bilhões. A partir de fevereiro, com a redução dos vencimentos da dívida, o Tesouro poderia
comprar, em média, apenas US$
773 milhões por mês.
"Nós naturalmente saímos um
pouco do mercado agora. Só precisaremos de mais dólares lá para
outubro", disse ontem o secretário do Tesouro, Joaquim Levy.
Para acabar com essa limitação,
o BC podia ter alterado novamente o prazo para as compras do Tesouro. A decisão de modificar as
normas do mercado de câmbio
pela terceira vez no espaço de
poucos meses, porém, acabou
descartada.
Em vez disso, passou-se ao BC a
responsabilidade de comprar dólares, já que, nesse caso, não há limites para as aquisições. Segundo
nota divulgada anteontem, o BC
diz considerar que a decisão "vai
tornar a operação o mais transparente possível", pois será possível
acompanhar a quantidade de dólares comprada regularmente.
Apesar de haver subido na abertura das operações, o dólar fechou
ontem em baixa de 0,28%, vendido a R$ 2,86.
Levy disse que o Tesouro vai seguir comprando dólares "normalmente" no mercado. Segundo
ele, a política de recomposição de
reservas do BC não pode ser confundida com as atividades do Tesouro. "É importante separar um
pouco a política de aumento de
reservas num momento favorável
e a questão do atendimento às necessidades do Tesouro." Levy disse também que o governo ainda
não decidiu se vai ou não recomprar os C-Bonds (títulos da dívida
externa) quando eles atingirem
100% de seu valor de face.
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