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São Paulo, sábado, 08 de março de 2003

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TELES

Dispensas atingem 9% do pessoal; operadora afirma que faz reestruturação

Telefônica corta 918 funcionários

DA REPORTAGEM LOCAL

A operadora de telefonia fixa Telefônica (controlada pelo grupo espanhol Telefónica) deflagrou um processo de demissões que visa reduzir em 9% o quadro de trabalhadores. A empresa afirmou ontem que vai dispensar 918 dos cerca de 10,2 mil empregados.
Segundo a companhia, as dispensas estão ocorrendo devido a uma reestruturação que uniu a vice-presidência de operações à vice-presidência de planejamento e implantação. Essas duas áreas foram unidas na vice-presidência de redes, no final do ano passado.
Segundo a Telefônica, um programa de benefícios foi criado para os trabalhadores demitidos.
Os cortes na operadora estão sendo anunciados pouco mais de uma semana depois de o grupo espanhol Telefónica ter divulgado um prejuízo líquido de US$ 6 bilhões no ano passado.
As perdas representaram uma reviravolta do desempenho do conglomerado, que no ano anterior registrou um lucro de US$ 2,2 bilhões.
Na semana passada, ao ser questionado se haveria cortes no Brasil devido ao mal resultado do conglomerado espanhol no mundo, o presidente do grupo Telefônica no país, Fernando Xavier Ferreira, esquivou-se. "A Telefônica está sempre fazendo ajustes para aumentar sua produtividade", disse Ferreira.
O executivo disse que o Brasil não havia sido responsável direto pelo prejuízo mundial da Telefônica. Isso porque a filial havia registrado um lucro de R$ 1 bilhão no ano passado e um faturamento de R$ 10 bilhões.
Ainda assim, segundo Ferreira, a filial brasileira contribuiu com o resultado final do grupo europeu porque a desvalorização do real em 2002 forçou uma redução em euros do lucro contabilizado e enviado à matriz.
O principal motivo do prejuízo do grupo Telefónica em 2002 teria sido o investimento que fez em novas tecnologias de telefonia celular de terceira geração na Europa, que não foram usadas.
Atualmente, a Telefônica tem sido pressionada pelo governo brasileiro, que quer evitar que ela reajuste em cerca de 34% os preços a partir de julho.
(LÁSZLÓ VARGA)


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