São Paulo, sábado, 08 de abril de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PREÇOS

Índice fecha período em alta de 0,82%; transporte, saúde e habitação pesam

Álcool pressiona inflação da 3ª idade no trimestre

TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO

O IPC-3i (Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade) registrou inflação de 0,82% no primeiro trimestre deste ano. A alta, de acordo com a FGV (Fundação Getulio Vargas), foi primordialmente por causa do impacto do aumento do preço do álcool combustível.
O resultado do índice divulgado ontem é 0,97 ponto percentual menor do que o mesmo período do ano passado (1,79%). O índice medido nos três primeiros meses do ano também é inferior ao quarto trimestre do ano passado, quando o índice registrado foi 1,54%.
O IPCA (Índice dos Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE, fechou o primeiro trimestre em alta de 1,44% (leia texto à pág. B13).
De acordo com a FGV, as maiores contribuições partiram dos grupos Transportes, Saúde e Cuidados Pessoais e Habitação, que responderam juntos por mais de 83% do resultado acumulado pelo IPC-3i.
Apesar de corresponder a apenas 8,01% do orçamento doméstico das pessoas da terceira idade, o grupo Transporte respondeu por 41,16% da variação do índice no primeiro trimestre do ano por causa dos reajustes. O grande vilão foi o o álcool combustível, que subiu 30,46% no primeiro trimestre deste ano, enquanto no último trimestre do ano passado o aumento registrado foi de 15,48%.
A classe Saúde e Cuidados Pessoais contribuiu com 27,18% do IPC-3i, em particular por causa do reajuste de planos de saúde, que variou 2,80%. A diferença entre esse grupo no IPC-3i e do IPC-BR é de cinco pontos percentuais. Enquanto no IPC-3i os gastos com saúde correspondem a 15,05% do índice, no IPC-BR o peso cai para 10,05%.
No setor de Habitação, que pesa 33,04% no cálculo do índice, os reajustes nas tarifas de água, luz e telefone foram as responsáveis pela variação de 0,37%. Os destaques no grupo foram o gás de bujão (2,80%), taxas de água e esgoto (1,83%) e aluguel (1,06%).

Frango
No item Alimentação, a variação foi de 0,22%, em relação ao quarto trimestre do ano passado. A queda de preços dos frango -em pedaços, a redução foi de 11% e inteiro foi de 14%- e das hortaliças e legumes foi compensada pelo aumento do açúcar. O refinado subiu 29,35% e o cristal subiu 27,83%.
Entre os legumes, a batata foi a que sofreu a maior queda de preços. Ela havia registrado alta de 83,89% no último trimestre do ano passado, registrou deflação de 6,95% nos primeiros três meses do ano. O frango, de acordo com a fundação, corresponde a 1% das despesas de famílias com idosos. No caso do IPC-BR, o frango é responsável por 0,71% das despesas.
A única variação negativa registrada foi no setor de Vestuário, que registrou -3,11%, devido às promoções de verão nos três primeiros meses do ano. No último trimestre do ano passado, o grupo Vestuário havia registrado variação de 2,05%.

Metodologia
O IPC-3i foi calculado a partir de dados da última POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares do biênio 2002/03. Foram entrevistadas 1.384 famílias que têm mais da metade de seus integrantes acima dos 60 anos e renda mensal entre um e 33 salários mínimos.


Texto Anterior: Preços: Inflação estável não deve tirar cautela do BC
Próximo Texto: Documentação: Projeto de gratuidade do CPF é vetado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.