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VIZINHOS EM CRISE
Polêmica é sobre instalação de fábrica
Uruguai vai ao Mercosul e a Haia após impasse com argentinos
DE BUENOS AIRES
Depois de uma trégua frustrada, o Uruguai declarou ontem
"encerradas" as negociações com
a Argentina e afirmou que recorrerá ao Mercosul e ao Tribunal Internacional de Haia para resolver
o conflito pela instalação de duas
multinacionais fabricantes de celulose no lado uruguaio.
Segundo o chanceler do Uruguai, Reinaldo Gargano, o país
pedirá como "medida urgente" a
convocação do Conselho do Mercosul para obrigar os ambientalistas argentinos que protestam contra as indústrias a liberar a principal passagem entre os países.
A ponte na cidade de Gualeguaychú voltou a ser bloqueada
por manifestantes argentinos nesta semana, após ruir o acordo fechado entre os presidentes Nestor
Kirchner e Tabaré Vázquez, no
mês passado, para interromper a
construção das fábricas por 90
dias. O tempo seria usado para fazer estudos independentes sobre
o impacto ambiental das obras.
A passagem havia ficado fechada por mais de 40 dias, causando
fila de carros e caminhões, e foi
reaberta durante a tentativa de
trégua. Uma das indústrias de celulose, a finlandesa Botnia, reforçou a fragilidade do acordo bilateral ao só aceitar parar as obras por
dez dias, e não por três meses.
Argumentos
Os argentinos se opõem às fábricas ao afirmar que elas poluirão o rio Uruguai, na fronteira entre os países, e que destruirão a
agricultura e o turismo na região.
Já o Uruguai diz que não abrirá
mão do investimento de US$ 1,7
bilhão das empresas e que elas
usarão uma tecnologia aprovada
pela União Européia.
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