São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2008

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Economia da América Latina surpreende EUA

Para secretário do Tesouro, região é "mais flexível"

DANIEL BERGAMASCO
ENVIADO ESPECIAL A MIAMI

A América Latina tem surpreendido o mercado com seu desempenho em meio à crise financeira dos Estados Unidos, disse ontem o secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, em evento na Reunião Anual do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em Miami Beach.
"As economias da América Latina e os [seus] mercados financeiros provaram-se mais flexíveis ao tumulto global do que muitos esperavam", disse ele, em discurso ao lado do presidente do BID, o colombiano Luís Alberto Moreno.
Moreno, nesta e em outras palestras ao longo do encontro do BID, destacou o crescimento da América Latina nos últimos anos, mas em todas as vezes pediu cautela sobre como a região está preparada para enfrentar a crise internacional.

Elogios
Paulson primou pelos elogios. "Compartilhamos aspirações para que o hemisfério ocidental cresça em liberdade e prosperidade e, como já o disse presidente Bush, nós temos testemunhado grande realizações. Mais recentemente, isso inclui o trabalho de muitos dos seus países para equacionar as contas públicas, reduzir débito e abrir mercado. A região, como o FMI recentemente destacou, está agora "colhendo as recompensas de uma década de investimento na redução de vulnerabilidades'", disse.
O pacote de elogios de Paulson foi especialmente dirigido à Colômbia -mais especificamente ao projeto que cria um tratado de livre comércio com os EUA, que foi encaminhado ontem ao Congresso americano pelo presidente Bush.
"Uma das muitas coisas que aprendi desde que me mudei para Washington é que nenhum projeto de lei sobre comércio é um projeto fácil", disse ele, reconhecendo a controvérsia que cerca a proposta.
"O presidente [Alvaro] Uribe tem tido sucesso em transformar o país em uma das democracias mais fortes e estáveis da região. (...) A Colômbia tem uma das maiores taxas de crescimento na região e a pobreza e desemprego estão em uma baixa de dez anos", disse ele, logo emendando a defesa de seu projeto de lei.
"A aprovação no Congresso do tratado de livre comércio com a Colômbia vai reforçar a democracia na América Latina ao mostrar apoio a um aliado-chave, e a um aliado que tem feito avanços significativos no combate à violência e à instabilidade", disse Paulson.
"O presidente Bush sabe bem que aqueles vizinhos fortes, que colaboram e trabalham juntos, constroem uma vizinhança forte para nós todos."


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