São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2008

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outro lado

Empresário diz que caso está em discussão

DA REPORTAGEM LOCAL

Arnaldo José Frizzo Filho, dono da Braspelco, hoje Xinguleder, reconhece que existe uma dívida com os bancos, mas afirma que essas instituições descumpriram o financiamento previsto, o que agravou a situação da empresa, que já enfrentava problemas desde 2005 com a queda do dólar e perda de competitividade nas exportações.
"Houve interrupção no processo de financiamento [dos bancos], que causou dano grande à empresa. Estamos discutindo juridicamente a questão. E sempre existe a busca de negociação em paralelo", diz o empresário. "Sou um devedor que tem de pagar. Mas estamos 100% em ordem. Os funcionários estão sendo pagos, não atrasamos salários."
Frizzo Filho explicou que a marca "Braspelco" foi desativada -por isso houve a troca da razão social para Xinguleder. A empresa funciona hoje como prestadora de serviços para o grupo Bertin.
"A empresa está prestando serviço para terceiros, o Bertin é um dos principais. Eles nos enviam o couro, e nós o industrializamos. Os funcionários são da Braspelco. A Bertin faz somente o acompanhamento técnico, o que é normal em uma prestação de serviço." Ele afirma que o Bertin "não adquiriu a empresa". "Isso pode até ocorrer, mas tem de haver uma negociação. Estamos apenas prestando serviço."

Prestação de serviços
O Bertin informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que a Braspelco é "uma das prestadoras de serviços de industrialização de produtos sob encomenda" do grupo. E complementa: "Trata-se de uma relação comercial de mesma natureza das praticadas entre inúmeras empresas do mesmo setor e de outras áreas (prestação de serviços)."
A Braspelco, que chegou a empregar 5.500 funcionários, hoje tem 1.600 em suas duas unidades -Itumbiara (GO) e Uberlândia (MG).
O faturamento da empresa teve queda "significativa", segundo Frizzo Filho, que prefere não detalhar números. "Por 15 anos fomos líderes na exportação de couro, um das empresas de maior e melhor reputação mundial. Exportamos para 50 países. Até 2006, nunca havíamos quebrado um contrato financeiro com qualquer instituição. Chegamos a essa situação, no meu entender, por descumprimento de contrato por parte dos bancos."
"Se não for encontrada uma solução via negociação, a Justiça vai deliberar quem tem a razão. Tenho a meu favor a minha história. Nunca atrasamos salário de nenhum funcionário", afirma Frizzo Filho.
(CR e FF)


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