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Risco está na economia, não em Lula, diz Delfim
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os principais indicadores da
economia estão em vias de deterioração, pois o país está murchando. Essa, segundo o deputado federal e economista Antonio
Delfim Netto (PPB), seria uma
das principais causas do aumento
do risco Brasil nas últimas semanas, medido pelos "spreads" (taxas de risco) pagos pelos títulos da
dívida externa brasileira. Ontem o
risco Brasil fechou em 906 pontos,
mesmo patamar da véspera.
A questão política, ou seja, o
crescimento do pré-candidato do
PT à Presidência, Luiz Inácio Lula
da Silva, nas pesquisas eleitorais
não teria o peso que os analistas
de mercado vêm dando, segundo
ele. "Senão, como se explica que o
risco-país do Chile e do México
subiram na mesma proporção
que o do Brasil, cerca de 15%, no
último mês?"
Delfim Netto observa que a relação entre os "spreads" pagos pelos três países é mais ou menos
constante. "O "spread" do Brasil,
é 6,5 vezes o do Chile e 3,5 vezes o
do México há muito tempo", diz.
O que ocorreu no último mês, na
sua opinião, foi um aumento do
risco dos mercados emergentes e
não apenas do Brasil. "Se continuar a deterioração dos nossos
indicadores econômicos, as agências de rating [que haviam melhorado a nota do país em março"
vão rebaixar nossa classificação."
Segundo Delfim Netto, a queda
de 11% das exportações e de 21%
nas importações, demonstra que
a economia está enfraquecendo e
que dificilmente o crescimento de
2% do PIB, projetado pelo governo para este ano, se realizará. A
inflação anualizada está em 7,6%
há seis meses, acima da meta firmada como FMI.
Para analistas de mercado, entretanto, o crescimento do risco-país nas duas últimas semanas deve ser, sim, atribuído ao "efeito
Lula". "Os mercados temem uma
vitória do PT e troca de comando
da economia", diz Walter Mendes, diretor da Schroder Brasil.
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