São Paulo, quarta-feira, 08 de maio de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Seca afetou milho
Mais uma má notícia para os produtores de frango e de suínos. A safra nacional de milho deverá recuar para 35,2 milhões de toneladas, com queda de 6,4 milhões de toneladas em relação ao ano anterior. Os dados são do mais recente levantamento da MPrado, de Uberlândia (MG).

Safra de verão
Nas contas da MPrado, a safra de verão será de 29 milhões de toneladas, com queda de 18% em relação à anterior. As regiões Sul e Centro-Oeste terão as maiores quedas. No Sul, a safra cai para 14,6 milhões de toneladas, com redução de 25%. No Centro-Oeste, a safra recua para 3,9 milhões de toneladas, com queda de 31%.

Safrinha
A estiagem das últimas semanas provocará forte queda também na produção de milho de inverno, a chamada safrinha. Segundo a MPrado, a safra será de 6,2 milhões de toneladas, 2% abaixo do volume de 2001, apesar do aumento de 12% na área plantada.

Espaço curto
Mesmo com a queda de produção, os preços do milho devem subir mais vagarosamente após as chuvas deste início de semana no Paraná, principal produtor brasileiro, segundo o cerealista José Pitoli, de Cornélio Procópio.

Sem estoques
Pitoli diz que um dos motivos para os preços subirem mais lentamente é a intenção das indústrias de não fazer estoques. Após as chuvas, os grandes consumidores ainda esperam a ração da produção. Além disso, os custos financeiros e de armazenagem dos estoques são altos, segundo eles.

Dependência argentina
O alívio para os consumidores nacionais de milho poderá vir da Argentina. Por ora, no entanto, os argentinos não estão incentivados a exportar milho porque não recebem mais em dólar, mas no fraco peso. No momento, também, os brasileiros não estão incentivados a importar porque a saca chega a Cascavel (PR) a R$ 17,50.

Grande celeiro
A safra nacional de trigo poderá atingir 4,1 milhões de toneladas neste ano, diz Benedito Oliveira, analista da Agência Rural, de Curitiba. Se confirmado, esse volume superaria em 33% o do ano passado. O Paraná, maior produtor nacional, terá aumento de 29%, e a safra poderá ser de 2,3 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul vem a seguir, com 1,3 milhão.

Troca por milho
Oliveira diz que esse aumento se deve à troca de milho por trigo, devido a problemas climáticos em várias regiões produtoras. O preço mínimo de R$ 300 por tonelada também incentivou o produtor.

Mais otimistas
A troca de milho por trigo já faz com que surjam estimativas mais otimistas no norte do Paraná. A produção nacional seria de 4,2 milhões a 4,5 milhões de toneladas, e a paranaense, de 2,7 milhões a 3,0 milhões.

Boa procura
A alta nos preços do milho aumentou a procura por farelo de arroz pelos granjeiros e indústrias de ração. Essa procura mantém os preços firmes, segundo a consultoria Brandalizze, de Curitiba.

e-mail: mzafalon@folhasp.com.br



Texto Anterior: Mercado financeiro: Bolsa está no menor nível em seis meses
Próximo Texto: Pobreza: Brasil tem 4,1 milhões de "sem-renda"
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.