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TELES
Proposta será levada a Lula e elimina o IGP-DI do reajuste de tarifas; ministro apresentará três propostas de aumento
Miro quer acabar com indexação por decreto
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério das Comunicações
proporá a Lula que edite decreto
que acabe com a indexação nas
tarifas de telefonia fixa a partir de
2006, quando entrarão em vigor
os novos contratos das empresas.
O ministro das Comunicações,
Miro Teixeira, disse que serão levadas a Lula três propostas para
reajuste de tarifas sem indexador.
Miro reconheceu que o fim da
indexação (reajuste automático
pela inflação passada) defendido
por ele diverge da intenção da
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A agência
-que por lei é quem deve elaborar os novos contratos e assiná-los
com as empresas- já informou
que deve manter o IGP-DI como
indexador.
O ministro disse que chegará a
um "acordo" com a Anatel para a
definição dos novos contratos.
Procurada pela reportagem, a
agência não se manifestou.
Sem citar as três propostas que
serão apresentadas a Lula, Miro
disse preferir o sistema no qual é
construída uma empresa modelo
(fictícia), cujo aumento de custos
serve como base para os reajustes
das operadoras.
Esse sistema foi usado pela
Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) nas revisões tarifárias
das distribuidoras de energia.
Segundo Miro, no entanto, "os
contratos têm que seguir políticas
definidas pelo Poder Executivo".
Ou seja, a agência tem a atribuição legal de fazer o contrato, mas
teria de redigi-lo nos moldes das
diretrizes que forem definidas pelo governo.
Os contratos das operadoras fixas (Embratel, Telemar, Brasil Telecom e Telefônica) foram assinados em 1998. Até junho a Anatel
terá de informar como será o novo contrato, para que as empresas
decidam se vão querer assiná-lo.
O novo contrato vale até 2025,
com revisões a cada cinco anos.
Moeda de troca
O governo deverá usar a flexibilização das metas contratuais de
universalização -que definem a
obrigatoriedade da instalação de
telefones em diferentes localidades em função da população-
como moeda de troca para que as
operadoras aceitem um reajuste
menor do que o IGP-DI em junho. O índice está previsto nos
contratos para reajuste anual.
Ontem Miro classificou o uso
do IGP-DI como "draconiano"
para o consumidor e para o país.
Segundo ele, são os preços controlados pelo governo que alimentam a inflação. Pelos cálculos
do governo, o IGP-DI acumulado
em junho estará próximo a 34%.
A idéia é negociar para evitar impacto de até 1,2 ponto percentual
na inflação medida pelo IPCA.
O ministro admitiu, porém,
que, se as empresas não quiserem
negociar, terão direito ao IGP-DI
integral previsto nos contratos.
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