|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Setor vende mais 1,38% em abril, diz a CNI
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
As vendas industriais em abril medidas pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) cresceram 1,38% em relação a março, já descontado o efeito
calendário (mais dias úteis do que em março), que foi o principal responsável pelo crescimento de 4,1% da produção medida pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com o economista Flávio Castelo Branco, coordenador da Unidade de Política Econômica da entidade, caso não fosse descontado o efeito
calendário, o crescimento sobre março alcançaria de 7% a
8%.
Foi feita uma adaptação no modelo que calcula a variação das vendas em abril em relação ao mês anterior.
A adaptação consistiu, basicamente, em passar a Semana Santa -que neste ano ocorreu em março- para abril, como ocorre na maioria dos anos.
Com isso, o mês de abril usado para o cálculo ficou com menos dias úteis que março, como ocorre normalmente.
Ainda assim, Castelo Branco considera que "os indicadores de abril apresentaram algum grau de surpresa", mostrando "uma recuperação suave" da
atividade na indústria de transformação. Na comparação
com abril de 2001, o crescimento das vendas foi de 5%. No
acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o crescimento foi de 0,32% sobre o mesmo período do ano passado.
"Essa é uma "fotografia" que deve parar em abril. Em maio, o cenário já foi diferente", disse Castelo Branco. Segundo ele, abril apresentava cenário favorável, embalado por dados positivos que começaram a surgir
no fim do ano passado, como a reversão da trajetória de desvalorização do real.
Havia também, de acordo com o economista da CNI, o efeito positivo das duas pequenas reduções (0,25 ponto percentual cada) da taxa de juros
ocorridas em fevereiro e em março.
Mais empregos
Nesse cenário, quase todos os indicadores de desempenho industrial medidos pela CNI foram positivos, já descontado o efeito calendário.
Em relação a março, o pessoal empregado cresceu 0,32%.
As horas trabalhadas na produção cresceram 1,18%. Os salários reais ficaram praticamente estáveis (mais 0,01%).
Apenas a utilização da capacidade instalada caiu ligeiramente, de 80,9% para 80,7%.
Para Castelo Branco, o quadro negativo que começou a se
desenhar em maio e se agravou
neste mês já comprometeu
"parcialmente" o cenário positivo que vinha sendo projetado
para o segundo semestre deste
ano.
Esse quadro resulta de uma
combinação de fatores, entre
os quais se destacam as incertezas eleitorais, a parada na queda dos juros e a mudança feita nos fundos de investimentos.
Para Castelo Branco, o quadro ruim poderá melhorar se o
Banco Central decidir pela redução dos juros neste mês.
Texto Anterior: Conjuntura: Copa e "efeito Páscoa" reanimam indústria Próximo Texto: Naufráfio Platino: Acordo sai em 45 dias, diz Lavagna Índice
|