DE BUENOS AIRES

O ex-ministro da Economia da Argentina Domingo Cavallo foi libertado pela Justiça ontem após permanecer 65 dias preso por suposto envolvimento em contrabando de armas para a Croácia e o Equador entre 1991 e 1995.
Há exatamente um ano, o ex-presidente Carlos Menem (1989-1999) havia iniciado um período de cinco meses de detenção em prisão domiciliar pelo mesmo motivo.
Cavallo, 55, estava preso por ordem do juiz federal Julio Speroni porque assinou, como então ministro da Economia, os decretos que permitiam a venda de armas para o Panamá e a Venezuela que teriam sido desviadas para a Croácia e o Equador. Ele era acusado de negligência no controle alfandegário para o embarque dos carregamentos.
No entanto três juízes da Câmara Penal Econômica de Buenos Aires decidiram ontem revogar a prisão preventiva por falta de provas. Além disso, determinaram que Speroni "se abstenha" de contestar "injustificadamente" a decisão.
Cavallo deixou ontem a prisão de Campo de Mayo, em Buenos Aires, sem falar com a imprensa. Seu advogado, Eduardo Oderigo, disse que ele "está muito bem e satisfeito" pela decisão judicial. Durante o período em que esteve preso, Cavallo emagreceu cerca de 14 kg, "devido aos exercícios físicos e à dieta". Também começou a ler livros de auto-ajuda.
Cavallo foi ministro da Economia de Menem entre 91 e 96 e foi o responsável pelo Plano de Conversibilidade, que atrelou o valor do peso ao do dólar na paridade de um por um e conseguiu controlar a hiperinflação. Ele voltou a comandar o ministério em março do ano passado, posto que ocupou até dezembro, durante o governo do ex-presidente Fernando de la Rúa (1999-2001).
Depois de deixar o cargo, Cavallo passou a enfrentar a hostilidade da população argentina e, por isso, evitava transitar por lugares públicos. (JS)


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