São Paulo, sábado, 08 de junho de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Apesar da queda de 0,9% ontem, moeda dos EUA encerra semana com alta de 4,8%, a R$ 2,636

Mercado se acalma; dólar fecha em baixa

DA REPORTAGEM LOCAL

A tensa abertura dos negócios no mercado financeiro ontem dava sinais de que seria mais um dia de dólar e risco-país em disparada acompanhados por Bolsa em queda. Mas a conferência feita pelo presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e expectativas quanto à divulgação de pesquisas eleitorais favoráveis ao pré-candidato governista, José Serra, inverteram o quadro inicial.
O dólar encerrou em baixa de 0,9% após quatro dias de forte alta. A moeda norte-americana fechou vendida a R$ 2,636. O risco-país, que indica a confiança dos investidores estrangeiros na capacidade de o governo pagar suas dívidas, recuou um pouco, para 1.181 pontos. A Bolsa paulista fechou com alta de 1,4%.
"O dólar subiu muito nos primeiros dias da semana. Quando a moeda [dos EUA" começou a recuar, muitas tesourarias correram para vender dólares com medo de perder. Isso fez o preço do dólar cair rapidamente", avalia Joaquim Kokudai, diretor de tesouraria do banco Lloyds TSB.
Apesar da baixa registrada ontem, o dólar encerrou a semana com expressiva valorização acumulada de 4,8%.
Na conferência feita por telefone pelo presidente do Banco Central para investidores e analistas estrangeiros, duas impressões ficaram para o mercado: a de que o BC intervirá no câmbio quando achar oportuno ou necessário e que os juros básicos da economia devem ser cortados (mesmo com a alta do dólar na semana).
Os boatos sobre pesquisas eleitorais do Ibope e do Datafolha que apontariam subida de Serra e queda do pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, ganharam força no mercado no momento em que o dólar alcançava R$ 2,714, em alta de 2%, na manhã de ontem. Na BM&F, os juros subiram de 18% ao ano para 18,15% ao ano no contrato DI (que considera os juros interbancários) com prazo em julho.
Para tentar melhorar o humor do mercado, o BC voltou a realizar uma operação de troca de títulos públicos que vencem de 2004 a 2006 por papéis com resgate em meados de 2003. O leilão de troca de LFTs- títulos corrigidos pelos juros pós-fixados- movimentou pouco mais de R$ 2 bilhões.
Os C-Bonds -principais títulos da dívida brasileira negociados no mercado externo- fecharam com pequena alta de 0,36%, vendidos a US$ 0,69. (FABRICIO VIEIRA)


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