São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2004

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RETOMADA

Ministro do Planejamento diz que economia avançará "4% ou um pouco mais" neste ano; projeção oficial é de 3,5%

Mantega estima crescimento maior do PIB

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, disse ontem que a economia brasileira terá "crescimento de 4% ou um pouco mais" neste ano. A projeção oficial é de expansão de 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Mantega afirmou que existem "fortes indicadores" de que o nível de crescimento apresentado no primeiro trimestre (1,6% na comparação com o trimestre anterior e 2,7% ante igual período de 2003) "continuou" no segundo trimestre.
Para o ministro, o país vive uma fase de "crescimento equilibrado e difuso" (por vários setores), e não estimulado apenas por alguns setores.
Ele disse que o bom desempenho das exportações já se disseminou na economia e que o "melhor" é que a expansão está sendo puxada por uma retomada dos investimentos. Isso, diz, assegura o crescimento sustentado nos próximos anos.
Na visão de Mantega, não há "uma bolha de consumo", que pode, por exemplo, se esvair com o endividamento das famílias.
"Acredito que a estimativa vá ser superada pela reação que tenho visto não só no agronegócio mas em todo o setor industrial. Os empresários voltam a falar em investimentos para expandir a capacidade produtiva", disse Mantega, que participou ontem no Rio do 2º Seminário Internacional de Fundos de Pensão.

Fundo do BID
O presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Enrique Iglesias, anunciou no seminário a criação de um fundo de investimento em projetos de infra-estrutura no Brasil.
O banco colocará R$ 300 milhões e será captado no mercado mais R$ 1,5 bilhão, totalizando R$ 1,8 bilhão. O fundo é voltado para investidores privados, como fundos de pensão. Seu gestor será privado e será escolhido em agosto. Serão selecionados 15 projetos, e o fundo poderá ser sócio dos empreendimentos ou financiá-los.

José Dirceu
No evento, o ministro José Dirceu (Casa Civil) conclamou investidores a aplicarem no Brasil, um país com "estabilidade institucional". Para ele, a "demanda [reprimida] por investimentos" é "o grande problema" do Brasil. "O grande problema do país não está no campo da macroeconomia, da política econômica ou do crescimento econômico. Acredito que o grande problema é a demanda por [novos] investimentos", disse no encerramento do seminário.


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