DA SUCURSAL DO RIO

A agência de classificação de risco Fitch Atlantic Rating rebaixou ontem a classificação nacional de longo prazo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) de "AA+(bra)" para "AA(bra)", com perspectiva estável. A classificação máxima é "AAA(bra)".
Em nota divulgada sobre a mudança, a agência disse que ela "reflete o realinhamento do perfil de risco de crédito do BNDES a um patamar mais em linha com as demais instituições controladas pelo governo avaliadas pela Fitch".
A Fitch diz que a reclassificação está relacionada com a "deterioração da carteira de crédito" do banco estatal e com a orientação estratégica da direção do BNDES, que passou a enfatizar o papel de banco de desenvolvimento.
"Embora essa orientação pareça adequar-se plenamente ao papel de uma instituição nacional dedicada ao desenvolvimento de todas as faixas da economia brasileira, pode vir a afetar a qualidade do balanço e/ou resultados do banco de uma maneira mais significativa que no passado."
A deterioração da qualidade da carteira é relacionada na nota com os aprovisionamento de recursos feitos pelo banco para créditos duvidosos em 2002 e 2003 (o principal caso foi o da AES, controladora da Eletropaulo).
Segundo a nota, "apesar de acordos com devedores terem permitido a inversão dos créditos [as provisões para a AES foram revistas na maior parte após o fechamento de acordo sobre a dívida da empresa americana, no fim de 2003]", a agência avalia que vários dos ativos renegociados continuam a exibir qualidade inferior à do momento em que foi atribuído o rating anterior ao BNDES.
Também em nota, distribuída ontem à noite, assinada pelo diretor da Área Financeira, Roberto Timótheo da Costa, o BNDES diz que "causou estranheza profunda" o fato de a agência ter rebaixado a classificação do banco "exatamente no dia" em que ele lançava no pregão da Bovespa o fundo de investimentos na carteira da sua subsidiária BNDESPar (BNDES Participações), o PIBB (Papéis Índice Brasil Bovespa).

Brasil
O banco ABN Amro aumentou ontem de "neutro" para "acima da média do mercado" o grau de recomendação para a compra de títulos brasileiros. "Nós mudamos a nossa recomendação por causa da melhora no cenário do mercado e das boas novas vindas do país. A recuperação econômica está nos trilhos", diz o relatório.