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Calçadistas já
sofrem pressão
de argentinos
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O setor calçadista gaúcho está
sofrendo pressão por parte dos
industriais de calçados argentinos
para diminuir sua cota de exportações ao país vizinho.
O diretor-executivo da Abicalçados (Associação Brasileira das
Indústrias de Calçados) Heitor
Klein confirma as tentativas de limitar as exportações brasileiras,
mas diz não haver intenção de
baixar as vendas.
O calçadista é apenas um dos setores da produção industrial gaúcha com características similares
à produção argentina, o que causa
apreensão.
A Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do
Sul) tem uma preocupação permanente com o fato de a Argentina estar em um momento de déficit comercial com o Brasil e ainda
passar por uma fase de recuperação da sua indústria.
"É um processo natural, na medida em que o Brasil sempre teve
déficit com a Argentina, e agora
tem superávit, ainda mais que
parte do parque da Argentina está
desmantelado. Setores calçadista
e têxtil, além de produtos alimentares, podem ser novos alvos, porque há produção argentina similar."
No caso dos calçadistas, já houve pressão concreta. As vendas
para a Argentina chegaram a 11
milhões de pares no ano passado.
A previsão é de aumento para 13
milhões neste ano.
Já houve uma proposta dos argentinos para que as exportações
sejam reduzidas para 6 milhões
neste ano. Os brasileiros não devem aceitar a cota.
Para responder em patamares
também considerados irreais
-mais favoráveis aos brasileiros-, a Abicalçados propôs uma
cota de 25 milhões anuais.
A Abicalçados ainda não trabalha com a possibilidade de repetir
o constrangimento ocorrido há
cinco anos, quando a Argentina
impôs cotas a produtos brasileiros, e calçados foram barrados na
fronteira.
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