São Paulo, sábado, 08 de julho de 2006

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Deflação não chega a idosos, diz pesquisa

Índice de preços específico para população mais velha registra alta, enquanto restante dos consumidores tem redução

Principais fatores que pesaram no bolso dessa faixa etária foram os gastos com saúde e habitação, aponta a FGV


CRISTINA TARDÁGUILA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

O IPC-3i (Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade) apresentou uma alta de 0,07% no segundo trimestre do ano, ficando 0,33 ponto percentual acima do IPC-BR, que avalia todas as faixas etárias da população. O resultado mostra que, mesmo com preços em queda, a inflação continua pensando mais no bolso dos mais velhos.
O índice é medido pela FGV (Fundação Getulio Vargas) com 1.384 famílias que têm ao menos 50% de seus membros com mais de 60 anos. Objetivo é revelar como o comportamento dos preços afeta o custo de vida delas.
Segundo a fundação, os principais responsáveis pelo fato de o IPC-3i não ter registrado deflação como a constatada no índice geral do trimestre -que ficou em -0,26%- foram os gastos enquadrados em dois grupos: saúde e cuidados pessoais e habitação.
"Os principais vilões foram, mais especificamente, o reajuste de 8,89% dado aos planos de saúde novos, ou seja, os contratados depois de 1999, que atendem a uma parcela dos mais velhos, e a alta do salário mínimo, que influencia diretamente no que é pago a empregadas domésticas e acompanhantes, profissionais bem mais requisitadas entre a população idosa", explicou ontem a FGV.
A influência do setor de saúde e cuidados pessoais no IPC-3i foi de 0,43%, duas vezes maior do que no registrado no índice geral. No que diz respeito à habitação, a influência no índice voltado para a terceira idade foi de 0,34%, diante do 0,21% observado no universo geral.

Desaceleração
Com relação ao trimestre anterior, tanto o IPC-3i quanto o IPC-BR registraram queda, mas a desaceleração no índice geral foi muito maior do que a do índice específico.
A alimentação foi o grupo que mais empurrou os índices para baixo. Em 16 dos 20 itens analisados nessa categoria foram constatadas taxas negativas. Os alimentos "in natura", como as frutas e as hortaliças, e o arroz e o feijão, foram os que mais colaboraram para a desaceleração do IPC-3i e também do IPC-BR.
O grupo dos transportes, que tinha tido uma importante participação nos índices do último trimestre por causa do impacto do aumento do preço do álcool combustível, estabilizou-se e também puxou os números para baixo.
"O álcool e a gasolina perderam tudo aquilo que haviam ganhado no primeiro trimestre do ano e se estabilizaram", destacou a FGV. Nos últimos 12 meses, o IPC-3i teve uma queda de 1,76 ponto percentual, enquanto o IPC-BR retrocedeu 1,36 ponto, segundo dados divulgados pela fundação.


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