São Paulo, terça-feira, 08 de agosto de 2006

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Petrobras investe US$ 2 bi em gás na Venezuela

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras fechará até o final deste ano um contrato com a estatal venezuelana PDVSA no valor de US$ 2 bilhões para desenvolver um megaprojeto de gás. A cifra corresponde apenas à participação da companhia brasileira -35%.
Segundo o diretor da área internacional da Petrobras, Néstor Cerveró, a previsão é iniciar a produção em 2011 e ampliá-la nos anos seguintes.
Batizado de Mariscal Sucre, o projeto prevê a extração de gás em campos marítimos e a construção de uma unidade GNL (Gás Natural Liqüefeito), capaz de converter o combustível ao estado líquido para ser embarcado em navios.
Somente a unidade de GNL produzirá 20 milhões de metros cúbicos/dia -o consumo brasileiro atual é de 45 milhões de metros cúbicos. O diretor disse que o produto poderia eventualmente abastecer o mercado brasileiro. "A Venezuela continua sendo um parceiro estratégico. Temos outros acordos", disse.
A Petrobras anuncia o investimento com a PDVSA depois de ver seus ativos na Bolívia nacionalizados em maio deste ano. Na época, foi noticiado que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, teria influenciado a decisão do governo da Bolívia.
Apesar da suspensão de novos projetos na Bolívia depois da nacionalização, Cerveró afirmou que a companhia aplicará no país US$ 90 milhões até 2011 em negócios já em curso. Os recursos serão usados para elevar a produção de gás para 30 milhões de metros cúbicos/ dia. O objetivo é garantir o contrato de fornecimento de gás ao Brasil, que prevê a importação desse volume até 2019. "Vamos deixar de investir de US$ 1,5 bilhões a US$ 2 bilhões para aumentar em mais 30 milhões a produção", disse Cerveró.

Plano de negócios
Ao todo, a área internacional da companhia investirá R$ 12,1 bilhões no plano de negócios de 2007 a 2011 -70% na área de exploração e produção. A meta anterior (2006-2010) previa US$ 6,7 bilhões.
Do total, US$ 3,9 bilhões irão para novos negócios. A maior parte, disse Cerveró, será destinada à exploração e produção de óleo e gás nos EUA (área do Golfo do México) e no Oeste da África. A meta é elevar a produção internacional de 262 mil barris/dia para 568 mil barris/ dia -a produção brasileira é de 1,8 milhão de barris/dia.


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