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Dado de emprego nos EUA derruba Bolsas
Agosto tem 1º recuo no emprego no país desde 2003, despertando temor de recessão; financeira demitirá até 12 mil
Nova York teve perda de 1,87%, e Londres, de 1,93%; Bovespa não operou ontem devido ao feriado e deve iniciar a semana em queda
DA REDAÇÃO
O anúncio ontem de redução
de 4.000 postos de trabalho nos
EUA em agosto, a primeira
queda desde 2003, aumentou o
temor de que a maior economia
do planeta esteja rumando para
uma recessão ou forte desaceleração. E derrubou as Bolsas
pelo mundo.
Analistas esperavam um aumento de mais de 110 mil vagas
no índice no mês passado, e o
recuo sinaliza que os problemas do mercado de crédito
imobiliário podem estar contaminando o resto da economia.
Investidores e economistas
passaram a apostar cada vez
mais que o Fed (Federal Reserve, o BC americano) reduzirá a
taxa de juros básica do país em
sua reunião do dia 18. A taxa está hoje em 5,25%.
Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York,
caiu 1,87%. Já a Bolsa eletrônica Nasdaq, que vinha sofrendo
menos na crise, teve perdas de
1,86%. As preocupações sobre a
economia americana também
afetaram os mercados europeus. Em Londres, a Bolsa perdeu 1,93%; Frankfurt caiu
2,43% e Paris, 2,63%.
Mesmo as Bolsas asiáticas,
que deixaram de operar antes
da divulgação dos dados de emprego dos EUA, fecharam em
queda, apreensivas com o relatório. Tóquio caiu 0,83%.
No Brasil, a Bovespa não funcionou devido ao feriado de Sete de Setembro. O fato de o
mercado brasileiro ter ficado
fechado ontem, enquanto as
Bolsas tiveram quedas importantes na maioria dos centros
financeiros, tende a fazer com
que a Bovespa inicie a semana
em queda.
A não ser que o mercado global comece a semana com bom
humor, o que ontem parecia
improvável, os investidores devem descontar as perdas mundiais de ontem nas ações brasileiras nos negócios de segunda-feira.
No Chile, por exemplo, a Bolsa permaneceu fechada no dia
15 de agosto, por um feriado religioso no país. Nesse dia, os
mercados acionários tiveram
perdas expressivas pelo mundo. No dia seguinte, a Bolsa chilena voltou a funcionar e sofreu
perdas fortes, fechando em
queda de 4,03%, sendo uma das
que mais caiu no dia.
Recessão
O relatório sobre emprego
também aumentou os temores
de que a economia americana
possa estar entrando em um
período de recessão, e não de
crescimento modesto -como
prevêem as principais autoridades econômicas do país.
E as preocupações ficaram
mais fortes depois que o diretor-gerente do FMI (Fundo
Monetário Internacional), Rodrigo de Rato, afirmou que os
problemas nos mercados, iniciados no final de julho, é "uma
crise grave que certamente terá
efeitos em 2007 e 2008" e "terão conseqüências para a economia real".
Rato afirmou que o Fundo
revisará suas previsões para o
crescimento mundial deste ano
e do ano que vem e que os Estados Unidos serão os principais
afetados, mas que também haverá impacto nas economias da
zona do euro e do Japão.
Já o secretário do Tesouro
dos EUA, Henry Paulson, afirmou que houve "modestas melhoras" no setor de crédito imobiliário, mas que algumas empresas do setor fecharão. "Haverá algumas perdas."
Horas depois da declaração
de Paulson, a Countrywide Financial, a maior financiadora
imobiliária dos EUA e uma das
mais afetadas com a crise no setor, anunciou que demitirá entre 10 mil e 12 mil funcionários
nos próximos três meses -cerca de 20% de suas vagas. O
anúncio da queda em seus lucros, em 24 de julho, detonou a
crise nas Bolsas.
Em carta aos trabalhadores,
executivos da financiadora disseram que os problemas do setor são "certamente o mais severo [período] na história contemporânea da nossa indústria".
Com agências internacionais e o "Financial Times"
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