DE NOVA YORK

Entre janeiro e agosto deste ano, 84 bancos foram fechados nos EUA pela FDIC, a agência federal que supervisiona o sistema no país.
O órgão fez subir para 416 o número de bancos considerados "problemáticos" ao fim do primeiro semestre.
Agora, é a própria FDIC que está com problemas. Ela poderá ter de ser socorrida pelo Congresso por falta de fundos para garantir os depósitos dos correntistas.
A rápida deterioração nas contas é só um aspecto a descortinar a ainda frágil situação do sistema financeiro e da economia dos EUA.
Há um ano, a FDIC tinha US$ 45 bilhões para garantir cerca de US$ 4,5 trilhões em depósitos. Hoje, tem só US$ 10,4 bilhões -mesmo tendo criado no meio do caminho uma tarifa para o sistema para levantar US$ 5,6 bilhões.
Grande parte dos 375 bancos que fazem parte do IIF informa perdas maiores relacionadas ao mercado imobiliário residencial, que é a origem da atual crise global.
Mas o setor imobiliário comercial também já afeta os resultados dos bancos.
Nessa área, segundo o IIF, a inadimplência chega a 5%, índice considerado muito alto. Já os financiamentos em atraso por mais de 90 dias entre empresas que tomaram empréstimos para construir empreendimentos comerciais alcançam 16,6%.
Mas a FDIC não é a única agência afetada. A FHA (Federal Housing Administration), que garante empréstimos de mutuários que tomaram financiamentos imobiliários de bancos, também está à beira de ter de ser socorrida pelo Tesouro.
Uma lei federal determina que a FHA mantenha reservas equivalentes a, no mínimo, 2% do total de empréstimos que garante. Em 2007, ela tinha reservas de 6,7%. Mas agora se aproximam rapidamente dos 2%. A causa são os calotes de mutuários.


Texto Anterior: Bolsa está à beira de correção, dizem bancos
Próximo Texto: Cadbury rejeita oferta de US$ 16,7 bilhões da Kraft
Índice