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Cadbury rejeita oferta de US$ 16,7 bilhões da Kraft
Para empresa britânica, proposta da gigante norte-americana "subestima o grupo"
Após ações da fabricante de doces Cadbury dispararem, analistas dizem que oferta terá de subir 40% para que compra possa se concretizar
DA REDAÇÃO
O grupo britânico Cadbury,
segundo maior fabricante de
doces e confeitos do mundo, rejeitou ontem oferta de compra
de US$ 16,7 bilhões apresentada pela Kraft Foods, segunda
maior produtora de alimentos
do planeta. A empresa americana, porém, ainda espera alcançar um acordo com a Cadbury.
Depois de as notícias acerca
da aproximação entre as empresas causarem alta superior a
37% nas ações da Cadbury, analistas disseram que a Kraft terá
de elevar sua oferta em cerca de
40% para poder adquirir a concorrente.
No Brasil, a Kraft fabrica alimentos como os chocolates Bis,
os sucos prontos Tang e os biscoitos Trakinas. Já a Cadbury
detém as marcas de chicletes
Trident e Bubbaloo (adquiridas
da Adams em 2003) e as balas
Halls e Vita-C, entre outras.
A indústria de alimentos e
doces vem enfrentando dificuldades com a crise nos EUA, já
que balas e chocolates não costumam ser prioridade nos orçamentos familiares e, em tempos difíceis, fazem parte dos
primeiros itens a serem excluídos dos carrinhos de compras.
As vendas de chicletes da Cadbury, por exemplo, que respondem por um terço das receitas
da empresa, caíram 2% no primeiro trimestre.
Escala
A fabricante de doces, no entanto, promete resistir às investidas da gigante americana.
"A Cadbury tem confiança em
sua estratégia de sobrevivência
e em suas perspectivas de crescimento, como resultado de
suas marcas fortes e da amplitude geográfica de sua atuação.
Essa proposta subestima o grupo", disse a empresa.
A Kraft, por sua parte, acredita que a concorrente não tem
condições de expandir suas atividades sozinha. "Assim como
nós, a Cadbury construiu marcas maravilhosas ao se focar em
qualidade, inovação e marketing, mas acreditamos que o
próximo passo no desenvolvimento da empresa será desafiador, em vista da importância
crescente dos ganhos de escala
na indústria", disse Irene Rosenfeld, presidente-executiva
da Kraft.
A nova empresa teria vendas
combinadas de aproximadamente US$ 50 bilhões (no ano
passado, foram US$ 8,8 bilhões
da Cadbury e US$ 42 bilhões da
Kraft em todo o mundo).
A recusa da proposta da Kraft
levou o mercado a especular
que a Nestlé, maior fabricante
de alimentos do mundo, pudesse entrar em um leilão para adquirir a Cadbury.
Indagado a respeito de uma
possível oferta, o presidente-executivo da empresa suíça,
Peter Bulcke, foi evasivo: "Permita-me não responder a essa
pergunta, uma vez que [a resposta] serviria apenas para aumentar as especulações".
Com agências internacionais
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