São Paulo, terça-feira, 08 de setembro de 2009

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Cadbury rejeita oferta de US$ 16,7 bilhões da Kraft

Para empresa britânica, proposta da gigante norte-americana "subestima o grupo"

Após ações da fabricante de doces Cadbury dispararem, analistas dizem que oferta terá de subir 40% para que compra possa se concretizar


DA REDAÇÃO

O grupo britânico Cadbury, segundo maior fabricante de doces e confeitos do mundo, rejeitou ontem oferta de compra de US$ 16,7 bilhões apresentada pela Kraft Foods, segunda maior produtora de alimentos do planeta. A empresa americana, porém, ainda espera alcançar um acordo com a Cadbury.
Depois de as notícias acerca da aproximação entre as empresas causarem alta superior a 37% nas ações da Cadbury, analistas disseram que a Kraft terá de elevar sua oferta em cerca de 40% para poder adquirir a concorrente.
No Brasil, a Kraft fabrica alimentos como os chocolates Bis, os sucos prontos Tang e os biscoitos Trakinas. Já a Cadbury detém as marcas de chicletes Trident e Bubbaloo (adquiridas da Adams em 2003) e as balas Halls e Vita-C, entre outras.
A indústria de alimentos e doces vem enfrentando dificuldades com a crise nos EUA, já que balas e chocolates não costumam ser prioridade nos orçamentos familiares e, em tempos difíceis, fazem parte dos primeiros itens a serem excluídos dos carrinhos de compras. As vendas de chicletes da Cadbury, por exemplo, que respondem por um terço das receitas da empresa, caíram 2% no primeiro trimestre.

Escala
A fabricante de doces, no entanto, promete resistir às investidas da gigante americana. "A Cadbury tem confiança em sua estratégia de sobrevivência e em suas perspectivas de crescimento, como resultado de suas marcas fortes e da amplitude geográfica de sua atuação. Essa proposta subestima o grupo", disse a empresa.
A Kraft, por sua parte, acredita que a concorrente não tem condições de expandir suas atividades sozinha. "Assim como nós, a Cadbury construiu marcas maravilhosas ao se focar em qualidade, inovação e marketing, mas acreditamos que o próximo passo no desenvolvimento da empresa será desafiador, em vista da importância crescente dos ganhos de escala na indústria", disse Irene Rosenfeld, presidente-executiva da Kraft.
A nova empresa teria vendas combinadas de aproximadamente US$ 50 bilhões (no ano passado, foram US$ 8,8 bilhões da Cadbury e US$ 42 bilhões da Kraft em todo o mundo).
A recusa da proposta da Kraft levou o mercado a especular que a Nestlé, maior fabricante de alimentos do mundo, pudesse entrar em um leilão para adquirir a Cadbury.
Indagado a respeito de uma possível oferta, o presidente-executivo da empresa suíça, Peter Bulcke, foi evasivo: "Permita-me não responder a essa pergunta, uma vez que [a resposta] serviria apenas para aumentar as especulações".

Com agências internacionais



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