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Agência aponta riscos políticos para negócios no país
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES
A reeleição do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva não foi
suficiente para reduzir o risco
político para quem pretende
investir no Brasil.
A avaliação foi feita pela consultoria de segurança Control
Risks Group, baseada em Londres, e consta do "Mapa de Risco 2007", divulgado ontem.
O estudo avalia os riscos que
os negócios podem enfrentar
nas áreas política e de segurança em diversos países do mundo, classificando-os por níveis
que vão de "insignificante" até
"extremo".
O Brasil foi classificado como
sendo de risco político médio, o
que significa que há uma chance moderada de que os negócios sejam afetados negativamente por decisões de Executivo, Legislativo ou Judiciário.
A análise política também leva em conta a capacidade de
grupos não-estatais -como
sindicatos, lobistas, crime organizado- de prejudicarem os investimentos no país.
"A classificação reflete as dificuldades que Lula deve ter em
seu segundo mandato, sendo
obrigado a negociar para formar uma coalizão", disse Nicholas Watson, analista da
Control Risks especializado no
Brasil, em entrevista à Folha.
"O risco médio também reflete a persistência da corrupção no sistema político brasileiro, além dos problemas causados pela burocracia do Estado e pela fraqueza de algumas
de suas instituições políticas."
O "Mapa de Risco 2007" tem
um capítulo dedicado exclusivamente ao Brasil, intitulado
"Dores do Crescimento".
Nele, o governo Lula é elogiado por ter aumentado a participação internacional do Brasil,
mas há uma crítica ao mau desempenho econômico em comparação com Rússia, Índia e
China -os demais países do
Bric (bloco das maiores economias em desenvolvimento).
"O Brasil está arriscado a ser
visto como o primo pobre do
grupo, pois teve o menor crescimento econômico em 2005 e
responde por menos de 1% do
comércio mundial", diz o texto.
Segurança
Na análise do impacto da segurança para os negócios, o país
ganhou classificação geral no
nível baixo, mas Rio, São Paulo,
Salvador e Recife -além da
área da Tríplice Fronteira com
Paraguai e Argentina- têm riscos considerados médios.
Os riscos de segurança para
os negócios consideram a ação
do crime organizado, de seqüestradores, hackers e oficiais
corruptos, além da capacidade
do governo de agir contra o crime.
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