São Paulo, terça-feira, 08 de dezembro de 2009

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EXPANSÃO

Banco do Brasil planeja nova oferta de ações em 2010

GIULIANA VALLONE
DA FOLHA ONLINE

Depois de uma estratégia agressiva de crescimento das operações de crédito em 2009, que deverá ter continuidade em 2010, o Banco do Brasil quer agora reforçar o caixa e aumentar o nível de capital no próximo ano.
"Tivemos um movimento forte de aquisições e alavancagem em crédito neste ano, o que deixou nossa estrutura de capital mais apertada", disse o presidente do BB, Aldemir Bendine.
De acordo com ele, mesmo não sendo "a estrutura que o banco gostaria", ela permite que o BB continue crescendo em 2010, com espaço para aumentar as operações de crédito em R$ 100 bilhões.
Apesar disso, o índice de Basileia (limite mínimo de capital para garantir empréstimos) do BB está em 13,9%, acima do piso de 11% exigido pelo BC, mas abaixo dos concorrentes -em torno de 15%. E o banco quer voltar a esses patamares.
A estratégia deve incluir, segundo Bendine e o vice-presidente de Finanças, Ivan Monteiro, uma oferta de ações, que pode ser primária e/ou secundária.
Na semana passada, o BB anunciou que estuda com o Tesouro (seu principal acionista) uma operação para elevar o percentual de ações em "free float" (em circulação no mercado) para 25% -hoje o índice é de 21,7%.
De acordo com Monteiro, os principais vendedores na oferta secundária, caso ela ocorra, serão Tesouro -com 66% dos papéis- e BNDESPar -com 2%-, já que a Previ, que detém 10% do capital, afirmou que não tem interesse na operação.
A estratégia pode incluir ainda novas emissões de bônus no mercado. Monteiro lembrou que, quando o BB lançou bônus perpétuos no mercado externo, em outubro, a demanda chegou a US$ 14,5 bilhões, mas foram emitidos apenas US$ 1,5 bilhão.
"Existe um apetite grande por papéis do banco", disse ele, citando a procura por títulos com vencimento de cinco e dez anos.
Os executivos afirmaram ainda que a estratégia de crescimento no mercado de crédito será mantida e o BB prevê uma alta de 20% nas operações no próximo ano. "O cenário é extremamente positivo", afirmou Bendine.
A carteira de operações estava em R$ 301,4 bilhões no terceiro trimestre, crescendo 41% em 12 meses. A participação no mercado atingiu patamar histórico, de 20,1%.
Bendine afirmou que a inadimplência deve voltar a cair nos próximos meses.


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