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EXPANSÃO
Banco do Brasil planeja nova oferta de ações em 2010
GIULIANA VALLONE
DA FOLHA ONLINE
Depois de uma estratégia
agressiva de crescimento das
operações de crédito em
2009, que deverá ter continuidade em 2010, o Banco do
Brasil quer agora reforçar o
caixa e aumentar o nível de
capital no próximo ano.
"Tivemos um movimento
forte de aquisições e alavancagem em crédito neste ano,
o que deixou nossa estrutura
de capital mais apertada",
disse o presidente do BB, Aldemir Bendine.
De acordo com ele, mesmo
não sendo "a estrutura que o
banco gostaria", ela permite
que o BB continue crescendo
em 2010, com espaço para
aumentar as operações de
crédito em R$ 100 bilhões.
Apesar disso, o índice de
Basileia (limite mínimo de
capital para garantir empréstimos) do BB está em
13,9%, acima do piso de 11%
exigido pelo BC, mas abaixo
dos concorrentes -em torno
de 15%. E o banco quer voltar
a esses patamares.
A estratégia deve incluir,
segundo Bendine e o vice-presidente de Finanças, Ivan
Monteiro, uma oferta de
ações, que pode ser primária
e/ou secundária.
Na semana passada, o BB
anunciou que estuda com o
Tesouro (seu principal acionista) uma operação para
elevar o percentual de ações
em "free float" (em circulação no mercado) para 25%
-hoje o índice é de 21,7%.
De acordo com Monteiro,
os principais vendedores na
oferta secundária, caso ela
ocorra, serão Tesouro -com
66% dos papéis- e BNDESPar -com 2%-, já que a Previ, que detém 10% do capital,
afirmou que não tem interesse na operação.
A estratégia pode incluir
ainda novas emissões de bônus no mercado. Monteiro
lembrou que, quando o BB
lançou bônus perpétuos no
mercado externo, em outubro, a demanda chegou a US$
14,5 bilhões, mas foram emitidos apenas US$ 1,5 bilhão.
"Existe um apetite grande
por papéis do banco", disse
ele, citando a procura por títulos com vencimento de
cinco e dez anos.
Os executivos afirmaram
ainda que a estratégia de
crescimento no mercado de
crédito será mantida e o BB
prevê uma alta de 20% nas
operações no próximo ano.
"O cenário é extremamente
positivo", afirmou Bendine.
A carteira de operações estava em R$ 301,4 bilhões no
terceiro trimestre, crescendo 41% em 12 meses. A participação no mercado atingiu
patamar histórico, de 20,1%.
Bendine afirmou que a
inadimplência deve voltar a
cair nos próximos meses.
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