São Paulo, terça-feira, 08 de dezembro de 2009

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Em dia fraco no exterior, Bolsa se destaca e sobe 1,3%

Braskem avança 7,4% em meio a especulações sobre negócio

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa iniciou a semana em alta, em busca de fechar pela primeira vez no ano acima de 69 mil pontos. Em dia fraco na Europa e nos EUA, a Bolsa brasileira se isolou para encerrar as operações com ganhos de 1,34%, aos 68.512 pontos. O dólar caiu 0,23%, para R$ 1,721.
Na Europa, o recuo das encomendas à indústria da Alemanha em outubro, que teve retração de 2,1%, não foi bem recebido pelo mercado, que contava com a expansão do indicador. A Bolsa de Frankfurt registrou baixa de 0,57%.
No mercado londrino, o dia foi marcado pela depreciação das ações dos bancos. Rumores de que o governo britânico estaria analisando criar uma taxação para os bônus destinados aos banqueiros afetou o desempenho do setor.
Para a Bolsa de Londres, o resultado do pregão foi de baixa de 0,22%. As ações do Royal Bank of Scotland perderam 4,71%; as do Lloyds caíram 4,12%; as do Barclays, 2,13%.
O mercado acionário também teve resultado fraco em Wall Street, mantendo o ritmo de sexta-feira, quando foi anunciado o recuo de 10,2% para 10% na taxa de desemprego do país no mês passado. O que era para ser uma notícia positiva acabou por ser interpretado como um sinal de que os juros podem começar a subir nos EUA antes do previsto. E juros em alta tendem a esfriar o mercado de ações, levando os investidores a preferirem aplicar em títulos de renda fixa.
O índice Dow Jones, um dos principais dos EUA, terminou praticamente estável, com leve alta de 0,01%, depois de operar no vermelho durante a maior parte do pregão. A Bolsa eletrônica Nasdaq caiu 0,22%.
Apesar de ter se isolado do exterior, a Bovespa não atravessou um pregão de intensa movimentação. Ontem, foram girados R$ 6,02 bilhões nas operações com ações. Na semana passada, a média diária alcançou R$ 7,86 bilhões. Isso mostra que a alta ocorreu sem maior euforia.
De qualquer forma, o índice Ibovespa (que reúne as 62 ações mais negociadas) se aproximou de seu pico de 2009: fechou com 68.512 pontos. A máxima da Bolsa no ano aconteceu no último dia 2, quando marcou 68.614 pontos.
Considerando os papéis de maior liquidez, a Braskem foi a que mais chamou a atenção. Os papéis preferenciais "A" da petroquímica saltaram 7,35% e ficaram no topo do Ibovespa. Os operadores citaram especulações sobre uma aquisição a ser anunciada pela Braskem como importante atrativo ontem.
Outro destaque foram as ações da CCR, que receberam recomendação positiva de uma corretora estrangeira e terminaram com alta de 4,70%.
Fora do Ibovespa, as ações da Hypermarcas estiveram entre as de melhor desempenho, ao subir 4,62%. A aquisição da Neo Química pela Hypermarcas foi bem recebida.

Juros
O Copom anuncia amanhã como fica a taxa básica de juros brasileira, a Selic. O mercado projeta majoritariamente que a taxa seja mantida nos atuais 8,75%. Para analistas e investidores, mais do que a decisão em si, para a qual não se espera nenhuma surpresa, serão relevantes sinais e comentários dos integrantes do Copom que deem alguma pista sobre quando a taxa será elevada.
No contrato de juros futuros negociado na BM&F, a taxa projetada para o fim do ano terminou estável, em 8,65% -o que embute a manutenção da Selic. No papel com vencimento daqui a 12 meses, os juros projetados recuaram um pouco, de 10,45% para 10,38%.


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