São Paulo, sexta-feira, 09 de janeiro de 2009

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Vendas nos EUA têm pior fim de ano desde 1969, e crédito para o consumidor afunda

DA REDAÇÃO

Principal período para o comércio, as vendas de final de ano nos Estados Unidos tiveram em 2008 o seu pior período em pelo menos 39 anos. Nem mesmo os resultados do Wal-Mart, um símbolo entre as empresas que têm aproveitado a atual crise para crescer, agradaram. Para agravar a situação, o crédito ao consumidor americano teve em novembro a maior queda desde 1943.
Com a recessão ganhando intensidade e mais pessoas perdendo os empregos, os consumidores americanos continuaram a cortar seus gastos. O resultado disso é que as vendas do varejo recuaram 1,7% em novembro e dezembro, de acordo com estudo do Conselho Internacional de Shopping Centers (ICSC, na sigla em inglês). Foi o pior resultado para o período desde que o levantamento começou a ser realizado, em 1969.
Apenas em dezembro, as vendas recuaram 1,7% e quase todas as grandes redes apresentaram resultados negativos. Em novembro, que havia sido o pior mês em 39 anos para o comércio americano, elas já haviam caído 2,7%, ainda segundo a pesquisa do ICSC (que leva em conta 37 grandes redes).
As vendas do Wal-Mart aumentaram 1,7% em dezembro, mas o resultado desapontou analistas, que esperavam um crescimento próximo a 3%, com a rede varejista, conhecida pelos preços mais em conta, atraindo mais consumidores. Para piorar, a empresa diminuiu ainda a sua previsão de lucro para o quarto trimestre, em parte devido aos resultados fora dos Estados Unidos -as vendas internacionais recuaram 10,4% em dezembro.
Já a sua principal rival, a Target, teve queda nas vendas de 4,1% em dezembro, o sexto mês consecutivo de queda. Mas ela não foi a única a registrar recuo. As vendas da Gap, de roupas, caíram 14%. A loja de departamentos Macy's faturou 4% menos e anunciou o fechamento de 11 de suas 848 lojas.
Os gastos dos consumidores são um importante termômetro da economia americana, já que eles representam 70% do PIB do país. O Escritório de Orçamento do Congresso (que é um órgão não-partidário que assessora os legisladores) previu anteontem que a economia vai se encolher em 2,2%, a maior queda desde 1946.
Outro sinal negativo para a economia foi que o crédito ao consumidor recuou US$ 7,9 bilhões em novembro, a maior queda pelo menos desde 1943, quando o Fed (o BC dos EUA) iniciou o levantamento, mostrando que o americano está menos disposto a gastar. Em porcentagem, a queda foi de 3,7%, a maior em dez anos.
Hoje serão os divulgados os dados de emprego, que podem mostrar que o mercado de trabalho dos Estados Unidos cortou o maior número de vagas desde 1959. Sinalizador do índice, o auxílio-desemprego apontou que 4,61 milhões de pessoas estão recorrendo à ajuda, patamar que não era visto desde a recessão de 1982.


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