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Vendas nos EUA têm pior fim de ano desde 1969, e crédito para o consumidor afunda
DA REDAÇÃO
Principal período para o comércio, as vendas de final de
ano nos Estados Unidos tiveram em 2008 o seu pior período em pelo menos 39 anos.
Nem mesmo os resultados do
Wal-Mart, um símbolo entre as
empresas que têm aproveitado
a atual crise para crescer, agradaram. Para agravar a situação,
o crédito ao consumidor americano teve em novembro a
maior queda desde 1943.
Com a recessão ganhando intensidade e mais pessoas perdendo os empregos, os consumidores americanos continuaram a cortar seus gastos. O resultado disso é que as vendas do
varejo recuaram 1,7% em novembro e dezembro, de acordo
com estudo do Conselho Internacional de Shopping Centers
(ICSC, na sigla em inglês). Foi o
pior resultado para o período
desde que o levantamento começou a ser realizado, em 1969.
Apenas em dezembro, as
vendas recuaram 1,7% e quase
todas as grandes redes apresentaram resultados negativos.
Em novembro, que havia sido o
pior mês em 39 anos para o comércio americano, elas já haviam caído 2,7%, ainda segundo
a pesquisa do ICSC (que leva
em conta 37 grandes redes).
As vendas do Wal-Mart aumentaram 1,7% em dezembro,
mas o resultado desapontou
analistas, que esperavam um
crescimento próximo a 3%,
com a rede varejista, conhecida
pelos preços mais em conta,
atraindo mais consumidores.
Para piorar, a empresa diminuiu ainda a sua previsão de lucro para o quarto trimestre, em
parte devido aos resultados fora dos Estados Unidos -as vendas internacionais recuaram
10,4% em dezembro.
Já a sua principal rival, a Target, teve queda nas vendas de
4,1% em dezembro, o sexto mês
consecutivo de queda. Mas ela
não foi a única a registrar recuo.
As vendas da Gap, de roupas,
caíram 14%. A loja de departamentos Macy's faturou 4% menos e anunciou o fechamento
de 11 de suas 848 lojas.
Os gastos dos consumidores
são um importante termômetro da economia americana, já
que eles representam 70% do
PIB do país. O Escritório de Orçamento do Congresso (que é
um órgão não-partidário que
assessora os legisladores) previu anteontem que a economia
vai se encolher em 2,2%, a
maior queda desde 1946.
Outro sinal negativo para a
economia foi que o crédito ao
consumidor recuou US$ 7,9 bilhões em novembro, a maior
queda pelo menos desde 1943,
quando o Fed (o BC dos EUA)
iniciou o levantamento, mostrando que o americano está
menos disposto a gastar. Em
porcentagem, a queda foi de
3,7%, a maior em dez anos.
Hoje serão os divulgados os
dados de emprego, que podem
mostrar que o mercado de trabalho dos Estados Unidos cortou o maior número de vagas
desde 1959. Sinalizador do índice, o auxílio-desemprego
apontou que 4,61 milhões de
pessoas estão recorrendo à ajuda, patamar que não era visto
desde a recessão de 1982.
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