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São Paulo, domingo, 09 de fevereiro de 2003

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Preferido de Lula, Marinho diz que vai cobrar crescimento se eleito

DA REPORTAGEM LOCAL

Considerado o homem de Lula, Luiz Marinho promete, se for presidente da CUT, que vai cobrar do governo a promessa de crescimento econômico com a redução das taxas de juros.
"A central manterá a sua independência e a sua autonomia seja qual for o governo. Não tem confusão entre o papel da CUT e o do governo. Vamos apoiar os acertos e criticar os erros", diz Marinho.
Para ele, se a central trabalhar em sintonia direta com o governo, corre o risco de perder sua legitimidade como representante dos trabalhadores. "Isso nós não vamos permitir que ocorra."
Marinho diz não estar preocupado com o fato de a CUT estar ligada ao governo petista. Para ele, os trabalhadores terão pela primeira vez espaço para negociar com o governo. "Com o diálogo fica mais fácil encontrar alternativas para resolver os problemas da sociedade e fazer de fato as reformas. Essa é a grande diferença desse governo para os outros."
Na opinião de Marinho, o movimento sindical precisa se modernizar e passar por uma reforma profunda, que depende mais de um entendimento mínimo entre todas as centrais do que da própria atuação do governo.
"É preciso enfrentar a questão do monopólio sindical [com um sindicato de cada categoria por município, o trabalhador não tem o direito de escolher a qual entidade vai se filiar", o problema da sustentação financeira dos sindicatos e o poder normativo da Justiça do Trabalho [competência para criar normas e solucionar os conflitos coletivos"."
Hoje a maioria dos sindicatos sobrevive com dinheiro recolhido do imposto sindical obrigatório -corresponde a um dia de salário descontado do trabalhador -, além das mensalidades de sócios e das contribuições confederativa e assistencial.
Para fortalecer as relações trabalhistas, Marinho defende a contratação coletiva nacional, com o fortalecimento dos sindicatos e a organização no local do trabalho.
"O que vemos hoje é que a cada dois anos, no máximo, é preciso renegociar todas as conquistas porque os contratos coletivos têm tempo determinado. É necessário fortalecer de fato as negociações. Para isso, temos de ter sindicatos preparados, daí a importância da liberdade sindical."
Na avaliação de Marinho, existe hoje um excesso de centrais e de sindicatos no país. "Com autonomia e liberdade sindical, pode haver, em um primeiro momento, até um aumento de sindicatos. Mas a tendência é diminuir a quantidade a médio prazo e aproximar a visão entre as centrais." (FF e CR)


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