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Preferido de Lula, Marinho diz que vai cobrar crescimento se eleito
DA REPORTAGEM LOCAL
Considerado o homem de Lula,
Luiz Marinho promete, se for presidente da CUT, que vai cobrar do
governo a promessa de crescimento econômico com a redução
das taxas de juros.
"A central manterá a sua independência e a sua autonomia seja
qual for o governo. Não tem confusão entre o papel da CUT e o do
governo. Vamos apoiar os acertos
e criticar os erros", diz Marinho.
Para ele, se a central trabalhar
em sintonia direta com o governo, corre o risco de perder sua legitimidade como representante
dos trabalhadores. "Isso nós não
vamos permitir que ocorra."
Marinho diz não estar preocupado com o fato de a CUT estar ligada ao governo petista. Para ele,
os trabalhadores terão pela primeira vez espaço para negociar
com o governo. "Com o diálogo
fica mais fácil encontrar alternativas para resolver os problemas da
sociedade e fazer de fato as reformas. Essa é a grande diferença
desse governo para os outros."
Na opinião de Marinho, o movimento sindical precisa se modernizar e passar por uma reforma
profunda, que depende mais de
um entendimento mínimo entre
todas as centrais do que da própria atuação do governo.
"É preciso enfrentar a questão
do monopólio sindical [com um
sindicato de cada categoria por
município, o trabalhador não tem
o direito de escolher a qual entidade vai se filiar", o problema da
sustentação financeira dos sindicatos e o poder normativo da Justiça do Trabalho [competência
para criar normas e solucionar os
conflitos coletivos"."
Hoje a maioria dos sindicatos
sobrevive com dinheiro recolhido
do imposto sindical obrigatório
-corresponde a um dia de salário descontado do trabalhador
-, além das mensalidades de sócios e das contribuições confederativa e assistencial.
Para fortalecer as relações trabalhistas, Marinho defende a contratação coletiva nacional, com o
fortalecimento dos sindicatos e a
organização no local do trabalho.
"O que vemos hoje é que a cada
dois anos, no máximo, é preciso
renegociar todas as conquistas
porque os contratos coletivos têm
tempo determinado. É necessário
fortalecer de fato as negociações.
Para isso, temos de ter sindicatos
preparados, daí a importância da
liberdade sindical."
Na avaliação de Marinho, existe
hoje um excesso de centrais e de
sindicatos no país. "Com autonomia e liberdade sindical, pode haver, em um primeiro momento,
até um aumento de sindicatos.
Mas a tendência é diminuir a
quantidade a médio prazo e aproximar a visão entre as centrais."
(FF e CR)
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