São Paulo, segunda-feira, 09 de março de 2009

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Preço das commodities deve voltar a subir

Especialistas dizem que, após chegarem ao nível mínimo nos últimos meses, cotações vão se recuperar no segundo trimestre

O principal indicador para a alta são os sinais de que o plano de ajuda à economia adotado pela China está dando bons resultados

DA BLOOMBERG

Os preços das commodities, incluindo o petróleo, começaram a chegar ao seu ponto mínimo e tendem a subir no segundo trimestre, sustentados por sinais de que o plano de incentivo à economia adotado pela China está rendendo resultados, segundo previsão de especialistas no setor.
O preço do barril de petróleo subirá para US$ 50 no segundo trimestre e para US$ 76 até o quarto, afirma Justin Hyde, diretor do banco de investimento Barclays Capital que administra as vendas de produtos referenciados em commodities na Ásia. Ele recomenda investir nos mercados de commodities aos preços atuais.
"Assistimos à maior parte da contração agressiva instaurada nesses mercados", disse Hyde. "Estamos começando a formar o limite mínimo [de preços] e atravessamos os últimos estágios da recessão."
O petróleo caiu cerca de 70% ante o recorde de US$ 147,27 por barril alcançado em julho de 2008, com a queda do consumo gerada pela desaceleração da economia mundial, a pior já registrada desde a Grande Depressão, iniciada em 1929.
A demanda por petróleo por parte da China, o segundo maior consumidor mundial do produto, deverá subir depois que o primeiro-ministro Wen Jiabao prometeu que o governo vai "aumentar significativamente" os investimentos para impulsionar a economia, para além do pacote de incentivo de US$ 586 bilhões anunciado no ano passado. O discurso do premiê, na quinta, porém, decepcionou os investidores nas Bolsas, que esperavam uma ampliação do plano de estímulo.
"O pacote de incentivo da China e o apoio à economia interna serão, de modo geral, um importante fator impulsionador a assegurar o início da estabilização dos preços das commodities num momento em que começamos a viver a recuperação da demanda", disse o diretor do Barclays Capital.

Bom para investir
O índice Reuters/Jefferies CRB de 19 commodities caiu neste ano para seu mais baixo nível desde junho de 2002. O contrato referencial de petróleo bruto negociado em Nova York está sendo vendido por cerca de US$ 45 o barril.
"Os investidores têm se mostrado nervosos com relação aos mercados de commodities, mas a realidade agora é que vivemos um período potencialmente muito bom para pensar em investir nessa área", diz Hyde.
As perspectivas para o setor energético das economias emergentes como a China também tendem a ser sólidas nos próximos anos devido à enorme demanda futura potencial por petróleo e gás, disse o diretor do Barclays.
Su Shulin, presidente do conselho administrativo da Sinopec, a maior refinaria petrolífera da China, disse que a demanda interna pelo combustível deu sinais de recuperação.
As vendas diárias do combustível subiram para cerca de 310 mil toneladas, comparativamente à baixa recorde de 280 mil toneladas computada em dezembro do ano passado, disse Shulin. "Certamente assistimos a uma queda menor da demanda na China."
O governo chinês pretende usar sua reserva cambial de US$ 1,95 trilhão, a maior do mundo, para garantir os recursos minerais, disse no mês passado a CNPC, a maior produtora de petróleo do país.
As empresas estatais chinesas foram orientadas a adquirir recursos minerais no exterior, neste período de queda dos preços das commodities, encabeçado pelos combustíveis e pelos metais industriais.


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