São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2008

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BNDES terá até R$ 250 bi para política industrial, diz Jorge

Segundo ministro, banco terá novos recursos para financiamentos até 2010

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, afirmou ontem que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) contribuirá com um valor entre R$ 200 bilhões e R$ 250 bilhões até 2010 em financiamentos para a nova política industrial. Segundo o ministro, o banco terá "novos recursos".
O ministro não esclareceu a origem dos novos recursos do BNDES. Afirmou apenas que poderão vir do Tesouro e de captações do banco no exterior, mas não indicou a proporção.
O BNDES ainda negocia com o governo a obtenção de parte dos recursos para fechar o orçamento deste ano, de R$ 80 bilhões. O montante citado por Jorge é cerca de três vezes maior do que o orçamento de 2008. "Temos possibilidade de conseguir dinheiro para o BNDES em outros lugares além do Tesouro", disse.
O BNDES disse que o detalhamento da aplicação dos recursos ainda está em discussão. Em 2007, segundo o banco, a principal fonte de recursos do "funding" do banco é o retorno dos empréstimos, com 63% de participação, seguida das verbas do FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador), com 13%.

Desoneração
Segundo Jorge, a nova política, que já foi adiada inúmeras vezes, será divulgada na próxima semana. Ele ressalta que ainda falta definir em reuniões com o Ministério da Fazenda e com a Receita Federal o montante previsto de desonerações. A idéia é tornar as empresas brasileiras mais competitivas por meio de uma menor incidência de impostos que valeria tanto para as exportadoras como para as empresas voltadas ao mercado interno.
Para Jorge, o corte de R$ 19,4 bilhões anunciado pelo governo nas despesas do Orçamento deste ano não deve interferir nas desonerações. "Nós já sabíamos [que haveria corte]." Em Miami (EUA), o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) disse que o corte mais amplo indica mais vantagens na política industrial. "O presidente optou pela opção aparentemente mais dura, sinalizando que ele deve estar querendo apoiar uma desoneração maior da política industrial."


Colaborou DANIEL BERGAMASCO , enviado especial a Miami


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