São Paulo, Domingo, 09 de Maio de 1999
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Analistas traçam 3 cenários divergentes

de Washington

Existem basicamente três cenários para a economia norte-americana.
O mais otimista, que conta com cada vez menos adeptos, estima que o crescimento de 3,9% do PIB (Produto Interno Bruto) verificado em 1997 e em 1998 poderá se repetir em 1999 e, quem sabe, no ano seguinte.
"Parece que o crescimento ainda não perdeu seu momento", disse Cynthia Latta, da Standard & Poor. "A produção industrial ainda está razoavelmente forte e o consumo aumenta", disse ela.
Essa visão otimista parte do pressuposto de que a inflação (1% em 1998, a menor desde a década de 50) e o desemprego (4,2% em março, o menor em 29 anos) baixos deram início a um padrão novo de comportamento econômico. Seria possível, segundo eles, manter indefinidamente um ritmo forte de crescimento sem ameaças inflacionárias.
Os pessimistas -um grupo cada vez mais numeroso- discordam com argumentos novos. Eles concordam que a inflação baixa num ambiente de crescimento longo é um elemento surpreendente. Mas dizem que, desde janeiro, dois novos fatores corroem as bases desse crescimento.
O primeiro é a limitação do mercado de trabalho. As indústrias não estão conseguindo encontrar desempregados em número suficiente para satisfazer um consumo cada vez mais forte.
"Num determinado ponto, as condições do mercado de trabalho podem se tornar tão apertadas que o aumento nos salários começarão a superar os ganhos de produtividade. Aí, os preços inevitavelmente começarão a subir", disse o pessimista por obrigação Alan Greenspan, presidente do Fed (o banco central norte-americano).
O cenário considerado neutro, do FMI, também presume um ajuste, só que lento e gradual, sem causar pânico entre os consumidores.
"Tem que ser um ajuste suave", disse Michael Mussa, diretor de pesquisa do Fundo durante a reunião da instituição em abril. "O mercado parece bastante valorizado no momento. Trazer os preços das ações para uma relação mais normal (com relação aos lucros das empresas) pode ser algo saudável", disse Mussa. (MA)




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