São Paulo, domingo, 09 de junho de 2002

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PERSONAGENS

Diferença em extratos faz ex-metalúrgicos desistirem de acordo para esperar decisão da Justiça

Contas de R$ 10 mil viram R$ 450

DA REPORTAGEM LOCAL

"Quando a gente fica sabendo dessas coisas, perde ainda mais o crédito no governo", diz o aposentado Gentil Fernandes Rosa, 52, ao saber da diferença nos seus extratos do FGTS fornecidos pela Caixa Econômica Federal e pelo Itaú.
Pelas contas feitas pelo advogado Paulo Bonadies, o trabalhador tem a receber R$ 7.868,78, considerando seu saldo da época no banco privado, e R$ 4.588,38, levando em conta o saldo informado no extrato da Caixa. Esses valores estão atualizados até este mês. A diferença chega a 71,49%.
O metalúrgico aposentado afirma que se arrependeu de ter assinado o termo de adesão do governo e vai aguardar "o quanto for necessário" para receber sua correção pela Justiça.
"Se eu não tivesse alguém para conferir as minhas contas, teria aceitado o valor sem questionar nada. Iria receber em cinco parcelas e errado. Só que pelo processo o pagamento vai sair de uma só vez", diz Rosa.
Operário da Ford Caminhões entre 81 e 96, ele disse que só soube que seus extratos do Itaú e da Caixa tinham saldos diferentes para 2 de abril de 90 ao procurar o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo para se inscrever na ação ganha pela categoria.
O ex-metalúrgico Gil Carlos Garcia, 55, já recebeu três extratos de contas do Fundo referentes a seis trocas de emprego entre duas empresas num período de 30 anos -entre 60 e 90.
Pelos cálculos do advogado Bonadies, ele teria a receber pouco mais de R$ 10 mil, mas, pelo extrato da Caixa, o valor cai para R$ 450. "Vou esperar a ação do sindicato. Não sei se houve erro no banco ou na Caixa, mas, se está errado, quero o meu dinheiro." (CR e FF)


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