São Paulo, domingo, 09 de junho de 2002

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Indústria de carros é "vilã" e impulsionadora

DA REPORTAGEM LOCAL

Dependendo do aspecto a ser observado, a indústria automobilística pode ser a grande vilã ou a grande impulsionadora do desempenho favorável dos fabricantes de bens de capital neste quadrimestre.
Quando se trata de máquinas e equipamentos com maior teor tecnológico, o desempenho das vendas para o setor automobilístico é positivo.
Segundo Octaviano Camargo Silva, presidente da Festo, empresa com 42% de participação no mercado de equipamentos para automação industrial e faturamento anual de US$ 50 bilhões, o seu segmento está em expansão. Com uma alta de 20% nos primeiros quatro meses do ano, Silva projeta crescimento de até 18% para 2002.
"O panorama econômico atual não está bom, mas, mesmo com a estagnação da venda de carros no mercado brasileiro, as indústrias automobilísticas precisam manter investimentos para atrair os consumidores. Por isso, a médio prazo, as perspectivas são boas", conclui o presidente da Festo.
Essa opinião é partilhada pelo diretor comercial da Eurosonics, Claudio D'Apoian. A empresa também fabrica componentes para máquinas empregadas na produção de veículos.
O faturamento da Eurosonics cresceu 20%, valor acima da média da Abimaq. A carteira de clientes também foi ampliada, o que, segundo o diretor, assegurará vendas até o primeiro trimestre de 2003.
"Para o nosso setor, o ritmo de investimentos não diminuiu e não há sintomas de recessão", afirma D'Apoian.
No entanto, para os fabricantes de equipamentos mais tradicionais, o resultado não foi tão animador.
Dados da Franho, empresa de médio porte que detém cerca de 70% de participação no mercado de serras industriais, revelam um quadrimestre de estagnação em relação ao mesmo período do ano passado.
Nos últimos oito meses, a Franho teve queda de 30% nas encomendas para o segmento de aço-ferramentas- grandes máquinas que fazem corte de aço, cujo principal cliente é a indústria automobilística.
Apesar do crescimento de 15% no faturamento, a Demag, outra empresa especializada na indústria automobilística, não comemora o desempenho.
Para o gerente da empresa, Eliton Santos, essa alta reflete, sobretudo, "queima de carteira", ou seja, entrega de máquinas encomendadas anteriormente. Em comparação com abril de 2001, neste ano, a carteira de clientes da empresa está menor.


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