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Teto faz banco elevar juros de empréstimos de curto prazo
KAREN CAMACHO
DA FOLHA ONLINE
Os bancos elevaram os juros para os empréstimos
consignados de pagamento
mais rápido oferecidos a
aposentados e pensionistas
do INSS após a criação do teto de 2,9% ao mês para essa
modalidade de crédito.
Na semana passada, por
iniciativa do governo, o Conselho Nacional de Previdência Social impôs esse teto por
um período de dois meses
com o objetivo de baratear as
taxas cobradas dos aposentados. Durante esse prazo, o
governo verificará a eficácia
do teto e continuará a negociar com os bancos, que criticaram a medida.
Dos 21 bancos que já enviaram informações ao Ministério da Previdência sobre as novas taxas praticadas, oito aumentaram os juros de curto prazo. Segundo
parte desses bancos, o aumento compensou parcialmente a redução das taxas
nos empréstimos de prazos
mais longos, que eram superiores a 2,9%.
O limite, entretanto, deve
ser benéfico para a maioria
dos aposentados que tomam
empréstimos consignados.
De acordo com a Previdência, 22,2% das operações feitas de 2004 até abril foram
para pagamento em até 12
parcelas. Nos prazos longos,
estão 56,8% dos aposentados
e pensionistas, com pagamentos de 31 a 36 parcelas.
Entre os que aumentaram
seus juros para empréstimos
de curto prazo estão Paraná
Banco, Intermedium Financeira, Arbi e Indusval, que
têm agora 2,9% para todas os
prazos -antes tinham taxas
menores para empréstimos
curtos. O BMG e o BGN também aumentaram seus juros:
em seis parcelas, o BMG subiu de 1,5% para 2,2%, e, o
BGN, de 1,4% para 1,8%.
Já os bancos Schain e Cacique também aumentaram as
taxas entre maio e junho,
mas afirmaram que tomaram a medida antes de o conselho definir o teto.
Outro lado
Na semana passada, quando o governo anunciou a medida, o diretor de Serviços
Bancários da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Jorge Higashino, já havia afirmado que o teto incentivaria todas as instituições a trabalhar com juros de
2,9% ou retirar do mercado
os empréstimos mais curtos.
O diretor de operações do
Paraná Banco, André Malucelli, disse que o aumento para prazos curtos compensa a
redução para 2,9% nas opções com mais parcelas.
BMG e a Intermedium usaram o mesmo argumento.
O banco Arbi negou que
haja compensação no curto
prazo e informou que deve
ajustar as taxas para até 2,6%
no caso de 35 parcelas.
O banco Indusval, que chegou a ter taxas de 1,75% para
operações entre quatro e seis
vezes em abril, de acordo
com o INSS, informou que o
aumento dos juros já tinha
sido feito antes da determinação do teto e que antes cobrava até 3,77% nos empréstimos consignados. O BGN
foi procurado pela reportagem mas não respondeu.
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