São Paulo, sexta-feira, 09 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CONSIGNADO

Teto faz banco elevar juros de empréstimos de curto prazo

KAREN CAMACHO
DA FOLHA ONLINE

Os bancos elevaram os juros para os empréstimos consignados de pagamento mais rápido oferecidos a aposentados e pensionistas do INSS após a criação do teto de 2,9% ao mês para essa modalidade de crédito.
Na semana passada, por iniciativa do governo, o Conselho Nacional de Previdência Social impôs esse teto por um período de dois meses com o objetivo de baratear as taxas cobradas dos aposentados. Durante esse prazo, o governo verificará a eficácia do teto e continuará a negociar com os bancos, que criticaram a medida.
Dos 21 bancos que já enviaram informações ao Ministério da Previdência sobre as novas taxas praticadas, oito aumentaram os juros de curto prazo. Segundo parte desses bancos, o aumento compensou parcialmente a redução das taxas nos empréstimos de prazos mais longos, que eram superiores a 2,9%.
O limite, entretanto, deve ser benéfico para a maioria dos aposentados que tomam empréstimos consignados. De acordo com a Previdência, 22,2% das operações feitas de 2004 até abril foram para pagamento em até 12 parcelas. Nos prazos longos, estão 56,8% dos aposentados e pensionistas, com pagamentos de 31 a 36 parcelas.
Entre os que aumentaram seus juros para empréstimos de curto prazo estão Paraná Banco, Intermedium Financeira, Arbi e Indusval, que têm agora 2,9% para todas os prazos -antes tinham taxas menores para empréstimos curtos. O BMG e o BGN também aumentaram seus juros: em seis parcelas, o BMG subiu de 1,5% para 2,2%, e, o BGN, de 1,4% para 1,8%.
Já os bancos Schain e Cacique também aumentaram as taxas entre maio e junho, mas afirmaram que tomaram a medida antes de o conselho definir o teto.

Outro lado
Na semana passada, quando o governo anunciou a medida, o diretor de Serviços Bancários da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Jorge Higashino, já havia afirmado que o teto incentivaria todas as instituições a trabalhar com juros de 2,9% ou retirar do mercado os empréstimos mais curtos.
O diretor de operações do Paraná Banco, André Malucelli, disse que o aumento para prazos curtos compensa a redução para 2,9% nas opções com mais parcelas. BMG e a Intermedium usaram o mesmo argumento.
O banco Arbi negou que haja compensação no curto prazo e informou que deve ajustar as taxas para até 2,6% no caso de 35 parcelas.
O banco Indusval, que chegou a ter taxas de 1,75% para operações entre quatro e seis vezes em abril, de acordo com o INSS, informou que o aumento dos juros já tinha sido feito antes da determinação do teto e que antes cobrava até 3,77% nos empréstimos consignados. O BGN foi procurado pela reportagem mas não respondeu.


Texto Anterior: Desigualdade cai menos em grandes cidades
Próximo Texto: Justiça terá de definir o que é juro abusivo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.