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Para analistas, câmbio deverá balizar decisão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A taxa de câmbio deve ser o
"termômetro" das futuras
decisões do Copom sobre a
taxa Selic: se a cotação do dólar seguir perto dos níveis
atuais, é possível que os juros
continuem caindo, segundo
analistas ouvidos pela Folha.
A expectativa é que a taxa
de câmbio seja a variável que
reflita com maior precisão o
impacto que as turbulências
dos mercados internacionais
terão sobre o Brasil. Uma alta mais forte do dólar poderia pressionar a inflação, levando o BC a adotar ainda
mais cautela na condução da
sua política de juros.
"A ata [da última reunião
do Copom] deixou em aberto o próximo passo da política monetária", diz Ricardo
Amorim, diretor do banco
WestLB. Para ele, é difícil
prever qual será o resultado
da próxima reunião do Copom, em julho. "Vendo com
os olhos de hoje, o mais provável seria um corte de 0,25
[ponto percentual na Selic]."
Depois dessa pequena redução, prevê Amorim, o BC
deve promover uma "parada
temporária" no processo de
redução dos juros, para só
retomá-lo no começo do ano
que vem. Nesse cenário, a taxa Selic encerraria 2006 entre 14,75% e 15% ao ano.
A economista-chefe da
Mellon Global Investments,
Solange Srour, afirma que o
comportamento da economia brasileira em si permitiria que a redução dos juros
continuasse sem problemas,
mas que o cenário externo,
agora, é o principal fator.
"Se o câmbio continuar no
patamar de hoje, é possível
que [o BC] continue reduzindo [os juros] em 0,5 ponto. Se a volatilidade continuar, pode reduzir ou até parar [com os cortes]", diz.
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