São Paulo, sexta-feira, 09 de junho de 2006

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Para analistas, câmbio deverá balizar decisão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A taxa de câmbio deve ser o "termômetro" das futuras decisões do Copom sobre a taxa Selic: se a cotação do dólar seguir perto dos níveis atuais, é possível que os juros continuem caindo, segundo analistas ouvidos pela Folha.
A expectativa é que a taxa de câmbio seja a variável que reflita com maior precisão o impacto que as turbulências dos mercados internacionais terão sobre o Brasil. Uma alta mais forte do dólar poderia pressionar a inflação, levando o BC a adotar ainda mais cautela na condução da sua política de juros.
"A ata [da última reunião do Copom] deixou em aberto o próximo passo da política monetária", diz Ricardo Amorim, diretor do banco WestLB. Para ele, é difícil prever qual será o resultado da próxima reunião do Copom, em julho. "Vendo com os olhos de hoje, o mais provável seria um corte de 0,25 [ponto percentual na Selic]."
Depois dessa pequena redução, prevê Amorim, o BC deve promover uma "parada temporária" no processo de redução dos juros, para só retomá-lo no começo do ano que vem. Nesse cenário, a taxa Selic encerraria 2006 entre 14,75% e 15% ao ano.
A economista-chefe da Mellon Global Investments, Solange Srour, afirma que o comportamento da economia brasileira em si permitiria que a redução dos juros continuasse sem problemas, mas que o cenário externo, agora, é o principal fator.
"Se o câmbio continuar no patamar de hoje, é possível que [o BC] continue reduzindo [os juros] em 0,5 ponto. Se a volatilidade continuar, pode reduzir ou até parar [com os cortes]", diz.


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