São Paulo, segunda-feira, 09 de julho de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Caio Guatelli/Folha Imagem
Luis Felipe e Bia Campos no Seletti do shopping Villa-Lobos, em São Paulo; o plano é chegar a oito unidades no fim do ano que vem


País tem baixa avaliação em pesquisa global

Apesar do bom momento do mercado financeiro, as empresas de serviços do setor não têm estratégias de integração global para se capitalizarem. Essas companhias ainda precisam de estratégias para capitalizar, nos mercados emergentes, os investimentos mundiais que devem duplicar e atingir US$ 300 trilhões até 2015.
O diagnóstico é parte da pesquisa "Globalize-se, Especialize-se ou Saia - Lições Inesperadas no Mercado Financeiro Global", que a IBM apresenta hoje mundialmente.
Foram ouvidos quase mil líderes de negócios, sendo mais de 800 executivos-sênior do mercado financeiro e mais de cem clientes corporativos.
Segundo o estudo, mais de 93% dos executivos entrevistados reconhecem que suas empresas não estão operando de forma globalmente integrada.
Cerca de dois terços dos entrevistados avaliaram o desempenho de suas empresas em práticas operacionais e organizacionais globalmente orientadas como fraco a moderado.
As respostas dos entrevistados também mostraram que o modelo de negócios que geralmente os executivos acreditam ser o melhor, pode ser, na verdade, a aposta errada.
O Brasil é apresentado na pesquisa com uma baixa avaliação em relação à liberalização financeira. O país é a 29ª economia entre as 35 pesquisadas. Em 2025, é esperado que caia para a 32ª posição.
A Argentina alcançou a 31ª posição, também com uma baixa avaliação quanto à liberalização financeira, mas com uma capitalização da Bolsa de Valores maior que a de outras economias vizinhas.
Já o Chile aparece na 13ª posição, com avaliação relativamente alta para a sofisticação de seu setor financeiro.
O México ficou na 23ª vaga, com crescimento consistente em seu índice de sofisticação do setor financeiro e uma avaliação mais baixa que as economias norte ou sul-americanas em termos de liberalização.
Entre as lições que a IBM apresenta para o setor financeiro está a eliminação do cliente descontente pela compreensão de necessidade e prioridades de cada um deles.
A pesquisa também sugere fazer uma transição de uma corporação multinacional para uma corporação globalmente integrada. As empresas precisam ser mais perspicazes com relação a quando, onde e como ingressar em novos mercados, em vez de apenas seguir o fluxo.
As duas últimas lições são acessar o pool de talentos globais já disponíveis e projetar um novo modelo para sofisticação de análise financeira.

CARDÁPIO NATURAL
Com 18 anos no ramo de hotelaria, no segmento de alimentação, o empresário Luis Felipe Campos descobriu uma carência dentro das praças de alimentação de shopping -a pequena oferta de restaurantes de comida natural. Com essa percepção, nasceu a rede de restaurantes Seletti, que tem sua primeira unidade aberta desde março, no shopping Villa-Lobos, em São Paulo. "Abriremos, ainda neste ano, uma nova loja no shopping Bourbon Pompéia e uma terceira, em local ainda a ser definido", diz Campos. Segundo ele, a idéia é chegar ao total de oito lojas próprias até o fim de 2008. "Já fizemos várias adaptações internas, de equipamentos e pratos e alcançamos, hoje, uma incubadora", afirma.

OLHO NO GLOBO
A consultoria brasileira DNMCA acaba de inaugurar um escritório em Nova York. O objetivo, além de atender o mercado norte-americano, é promover um elo com a Europa. A empresa tem foco, inicialmente, nos mercados de Portugal, Espanha, Bélgica e Luxemburgo. Segundo o diretor Lysandro Trotta, a empresa vai fechar contrato com dois grandes grupos do mercado financeiro nesses países. Com o novo escritório, a expectativa é um aumento de 30% na geração de negócios da empresa.


NA CARTEIRA
Em maio, a carteira brasileira de leasing registrou saldo de R$ 41,1 bilhões, número 58,4% maior do que o registrado no mesmo mês de 2006. De acordo com a Abel (Associação Brasileira das Empresas de Leasing), em maio foram firmados 108,8 mil novos contratos (77,3%). Desse montante, 58,5% foram fechados com pessoas físicas e 41,5% com pessoas jurídicas. Veja, ao lado, a evolução do valor da carteira em 2007.

AXÉ RASTREADO A Autotrac, que tem como sócio Nelson Piquet, fez do Carnaval da Bahia um negócio. Instalou, no trio elétrico do grupo de axé Chiclete com Banana, um rastreador por satélite. Tradicionalmente usado em veículos de transporte de carga, o equipamento tem funções de logística e segurança: controla a velocidade do veículo para garantir a integridade dos equipamentos de som do trio elétrico, monitora a rota traçada e programa exatamente o horário de chegada ao destino final.

PÉ DE PNEU
A Goóc, de calçados e acessórios feitos com material reciclável, chega à Francal 2007 com objetivo de internacionalizar a marca. A meta é crescer, até 2010, 20%. Nos EUA, a marca participa do Mercedes-Benz Fashion Week, em Miami. Na França, a marca terá, até o fim do verão europeu, espaço no primeiro andar da Galeria Lafayette, em Paris. Na Itália, os produtos são comercializados pelo grupo Coin. A marca atua ainda na Espanha e na Austrália.

SAÚDE
O brasileiro Gilberto Liorci acaba de assumir a vice-presidência da matriz da Guerbet, de diagnóstico por imagem, na França. Uma de suas ações foi aumentar o faturamento da filial brasileira em 140% entre 2003 e 2006, passando de 8 milhões para mais de 19 milhões. O objetivo de Liorci é aumentar a inserção da companhia nas Américas. Em 2007, a empresa está investindo 500 mil no processo de produção em larga escala.

NEGÓCIOS
A receita anual de aplicativos da Oracle cresceu 32% no ano fiscal 2007. A receita total com Gaap (procedimentos contábeis de aceitação geral) de software subiu 23%, chegando a US$ 14,2 bilhões. No Brasil, a empresa fechou com dois clientes, o grupo Marquise e a Usina Cocal. As empresas pretendem implementar o sistema de gestão E-Business Suite.

POR BAIXO
A um mês de sua quarta edição, o Salão Lingerie Brasil já contabiliza cem expositores dos segmentos de lingerie dia e noite, pijamas, "underwear", meias, modeladores e acessórios. A expectativa da organização é superar em 30% os 10 mil visitantes registrados na edição passada e incrementar em 20% os R$ 180 milhões em negócios realizados.


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