São Paulo, quarta-feira, 09 de julho de 2008

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MERCADO ABERTO

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Indústrias defendem fim do monopólio na distribuição do gás

O projeto conhecido como "Lei do Gás" deve ser votado hoje na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Os grandes consumidores acham que a votação é uma oportunidade para quebrar os monopólios estaduais de distribuição e comercialização do insumo.
Segundo as indústrias, a concessão dos Estados às distribuidoras locais que dá exclusividade no transporte e na venda do produto afeta a competitividade e trava investimentos em dutos para movimentar o gás.
Os grandes consumidores querem ter autonomia para disputar concessões que permitam produzir o insumo ou transportá-lo em gasodutos próprios. Outras reivindicações são o acesso direto aos gasodutos de transportes (que vêm direto do produtor) e a separação do conceito de distribuição e comercialização.
Érico Sommer, presidente do conselho diretor da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres), diz que o monopólio distorce os preços. A associação afirma que, do total dos gastos das indústrias, de 35% até 45% são usados para pagar o transporte às distribuidoras. Isso significa que o preço pago poderia cair se pudessem fazer o próprio transporte -ligando, por exemplo, as fábricas a dutos que vêm do produtor.
A legislação atual prevê que cabe aos Estados explorar os serviços de gás canalizado e que cada um pode conceder o serviço a distribuidoras locais.
Sommer diz que o modelo pretendido pela associação é parecido com o que vigora no setor elétrico, que admite a autoprodução e a existência de consumidores livres.
"Se tenho uma usina hidrelétrica e faço geração da energia, posso ter uma linha de transmissão para minha fábrica e usar energia sem interferência de ninguém", afirma Sommer.
O representante da Abrace diz que o monopólio também distorce o preço porque permite o repasse integral de aumentos feitos pela Petrobras. Sommer afirma que a maioria das distribuidoras repassa integralmente o reajuste às indústrias. "O preço do gás é uma coisa e o custo da distribuição é outra."
Se aprovada na votação de hoje, a "Lei do Gás" segue para as Comissões de Assuntos Econômicos e para a Comissão de Assuntos de Infra-Estrutura.

CRONÔMETRO
Depois do pesadelo com atrasos e cancelamentos nos aeroportos no verão do hemisfério Norte em 2007, a situação parece se repetir neste ano nos EUA. Segundo o "Wall Street Journal", em junho, houve problema em 30% dos vôos, com média de atraso de 62 minutos (veja tabela). O cenário é semelhante ao de 2007, com 31% de vôos fora de horário e média de atraso de 61 minutos.

A PERDER DE VISTA
Para aproveitar o avanço do consumo nas classes C e D, o Megaomni.com, portal de comércio eletrônico que reúne pequenos e médios lojistas, e a Netcredit, promotora de crédito do banco BGN e da financeira Cetelem, fizeram parceria para oferecer financiamento a compras feitas pelo portal. As compras poderão ser parceladas em até 24 vezes e a cobrança das parcelas será feita automaticamente, por débito em conta corrente. Com a expansão do crédito na internet, as pessoas poderão comparar taxas com mais facilidade do que nas lojas físicas, segundo Luiz Francisco Ribeiro Pinto, presidente do MegaOmni.com. "Quando todos os sites tiverem sistema de financiamento, o cliente vai conseguir ir de um site para outro com rapidez e terá mais liberdade pra fazer pesquisa de taxa e economizar nos juros."

SACOLA VERDE
Depois de Lula divulgar pelo mundo as qualidades do "carro verde" feito de plástico renovável da Braskem, chegou a vez das sacolas verdes. Dias antes do encontro do G8, em Hokkaido, 3.000 sacolas do material da Braskem foram distribuídas pela prefeitura local em uma feira no estádio de Sapporo para promover o encontro.

CORRESPONDÊNCIA
Yasuo Fukuda, primeiro-ministro do Japão, recebeu documento com recomendações sobre mudanças climáticas para os líderes do G8. O documento, que descreve nova estrutura política para substituir o Protocolo de Kyoto, foi apresentado em nome de 91 presidentes de empresas globais e Klaus Schwab, presidente do Fórum Econômico Mundial.

ADUBO
Roberto Mangabeira Unger vai, no dia 14, à Fiesp, na reunião do Conselho Superior do Agronegócio.

NA ESTRADA
Leandro Kenski, presidente da Media Factory, especializada em marketing digital, que começa a operar no Chile, nos EUA e na Colômbia até o fim do ano; Kenski diz que, em três meses fora do país, os negócios internacionais já respondem por 5% do faturamento, e a meta é chegar a 15% em 12 meses; "nossos clientes têm filiais na América Latina, e a estratégia de marketing de muitos é para a região; nós procuramos entrar nesses países para que nossa receita crescesse mais rapidamente", diz


com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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