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MERCADO ABERTO
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Indústrias defendem fim do monopólio na distribuição do gás
O projeto conhecido como
"Lei do Gás" deve ser votado
hoje na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Os
grandes consumidores acham
que a votação é uma oportunidade para quebrar os monopólios estaduais de distribuição e
comercialização do insumo.
Segundo as indústrias, a concessão dos Estados às distribuidoras locais que dá exclusividade no transporte e na venda do
produto afeta a competitividade e trava investimentos em
dutos para movimentar o gás.
Os grandes consumidores
querem ter autonomia para
disputar concessões que permitam produzir o insumo ou
transportá-lo em gasodutos
próprios. Outras reivindicações são o acesso direto aos gasodutos de transportes (que
vêm direto do produtor) e a separação do conceito de distribuição e comercialização.
Érico Sommer, presidente do
conselho diretor da Abrace (Associação Brasileira de Grandes
Consumidores Industriais de
Energia e de Consumidores Livres), diz que o monopólio distorce os preços. A associação
afirma que, do total dos gastos
das indústrias, de 35% até 45%
são usados para pagar o transporte às distribuidoras. Isso
significa que o preço pago poderia cair se pudessem fazer o
próprio transporte -ligando,
por exemplo, as fábricas a dutos que vêm do produtor.
A legislação atual prevê que
cabe aos Estados explorar os
serviços de gás canalizado e que
cada um pode conceder o serviço a distribuidoras locais.
Sommer diz que o modelo
pretendido pela associação é
parecido com o que vigora no
setor elétrico, que admite a autoprodução e a existência de
consumidores livres.
"Se tenho uma usina hidrelétrica e faço geração da energia,
posso ter uma linha de transmissão para minha fábrica e
usar energia sem interferência
de ninguém", afirma Sommer.
O representante da Abrace
diz que o monopólio também
distorce o preço porque permite o repasse integral de aumentos feitos pela Petrobras. Sommer afirma que a maioria das
distribuidoras repassa integralmente o reajuste às indústrias. "O preço do gás é uma coisa e o custo da distribuição é
outra."
Se aprovada na votação de
hoje, a "Lei do Gás" segue para
as Comissões de Assuntos Econômicos e para a Comissão de
Assuntos de Infra-Estrutura.
CRONÔMETRO
Depois do pesadelo com atrasos e cancelamentos nos
aeroportos no verão do hemisfério Norte em 2007, a situação parece se repetir neste ano nos EUA. Segundo o "Wall Street Journal", em junho, houve problema em
30% dos vôos, com média de atraso de 62 minutos (veja
tabela). O cenário é semelhante ao de 2007, com 31% de
vôos fora de horário e média de atraso de 61 minutos.
A PERDER DE VISTA
Para aproveitar o avanço do consumo nas classes C e D, o Megaomni.com, portal de comércio eletrônico que reúne
pequenos e médios lojistas, e a Netcredit, promotora de crédito do banco
BGN e da financeira Cetelem, fizeram parceria para oferecer financiamento
a compras feitas pelo portal. As compras poderão
ser parceladas em até 24
vezes e a cobrança das
parcelas será feita automaticamente, por débito
em conta corrente. Com a
expansão do crédito na
internet, as pessoas poderão comparar taxas com
mais facilidade do que nas
lojas físicas, segundo Luiz
Francisco Ribeiro Pinto,
presidente do MegaOmni.com. "Quando todos os
sites tiverem sistema de
financiamento, o cliente
vai conseguir ir de um site para outro com rapidez
e terá mais liberdade pra
fazer pesquisa de taxa e
economizar nos juros."
SACOLA VERDE
Depois de Lula divulgar
pelo mundo as qualidades
do "carro verde" feito de
plástico renovável da Braskem, chegou a vez das sacolas verdes. Dias antes do encontro do G8, em Hokkaido,
3.000 sacolas do material da
Braskem foram distribuídas
pela prefeitura local em uma
feira no estádio de Sapporo
para promover o encontro.
CORRESPONDÊNCIA
Yasuo Fukuda, primeiro-ministro do Japão, recebeu
documento com recomendações sobre mudanças climáticas para os líderes do
G8. O documento, que descreve nova estrutura política
para substituir o Protocolo
de Kyoto, foi apresentado
em nome de 91 presidentes
de empresas globais e Klaus
Schwab, presidente do Fórum Econômico Mundial.
ADUBO
Roberto Mangabeira Unger vai, no dia 14, à Fiesp, na
reunião do Conselho Superior do Agronegócio.
NA ESTRADA
Leandro Kenski, presidente da Media Factory, especializada em marketing digital, que começa a operar no Chile, nos EUA e na Colômbia até o fim do ano; Kenski diz que, em três meses fora do país, os negócios internacionais já respondem por 5% do faturamento, e a meta é chegar a 15% em 12 meses; "nossos clientes têm filiais na América Latina, e a estratégia de marketing de muitos é para a região; nós procuramos entrar nesses países para que nossa receita crescesse mais rapidamente", diz
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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