São Paulo, quarta-feira, 09 de julho de 2008

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Rodada Doha volta a ser tema entre Lula e Bush

Reunião de hoje, no Japão, pode ser o último encontro deles como governantes

O chanceler Celso Amorim espera de Bush "uma exortação para que o Brasil ajude, com outros países, a fazer avançar a negociação"


DO ENVIADO ESPECIAL A HOKKAIDO

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e George Walker Bush, originalmente adversários ideológicos que se tornaram amigos, fazem hoje, na remota ilha de Hokkaido, no Japão, o que pode ser o último encontro deles como governantes.
O tema será o que mais ocupou os dois nesses quase seis anos em que coincidiram nos governos do Brasil e dos Estados Unidos: a Rodada Doha, o mais abrangente ciclo de negociações para liberalização do comércio, lançada em 2001 e ainda empacada.
Pelo menos é esse o palpite do chanceler Celso Amorim para o principal tema da reunião de hoje entre o o G8 e o G5.
Amorim espera de Bush "uma exortação para que o Brasil ajude, com outros países, a fazer avançar a negociação". É difícil que tenha êxito em seu propósito. "O Brasil já avançou tudo o que tinha para avançar", antecipa Amorim.
É uma alusão ao fato de que o país sinalizou com abertura para bens industriais, como demandam os países ricos, sem ter obtido tudo o que pretendia na área agrícola. Esse impasse vem desde o lançamento da Rodada Doha, faz sete anos, na capital do Qatar.
O que dá mais urgência ao eventual diálogo entre Lula e Bush sobre Doha é o fato de que, a partir do dia 21, haverá em Genebra uma reunião ministerial entre os 30 principais atores do processo, no que parece ser uma tentativa desesperada de alcançar um princípio de acordo antes das férias de verão na Europa.
Depois delas, os Estados Unidos entram na reta final das eleições presidenciais e não há hipótese de acordo nessas circunstâncias.


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