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Rodada Doha volta a ser tema entre Lula e Bush
Reunião de hoje, no Japão, pode ser o último encontro deles como governantes
O chanceler Celso Amorim espera de Bush "uma exortação para que o Brasil ajude, com outros países, a fazer avançar a negociação"
DO ENVIADO ESPECIAL A HOKKAIDO
Os presidentes Luiz Inácio
Lula da Silva e George Walker
Bush, originalmente adversários ideológicos que se tornaram amigos, fazem hoje, na remota ilha de Hokkaido, no Japão, o que pode ser o último encontro deles como governantes.
O tema será o que mais ocupou os dois nesses quase seis
anos em que coincidiram nos
governos do Brasil e dos Estados Unidos: a Rodada Doha, o
mais abrangente ciclo de negociações para liberalização do
comércio, lançada em 2001 e
ainda empacada.
Pelo menos é esse o palpite
do chanceler Celso Amorim para o principal tema da reunião
de hoje entre o o G8 e o G5.
Amorim espera de Bush
"uma exortação para que o Brasil ajude, com outros países, a
fazer avançar a negociação". É
difícil que tenha êxito em seu
propósito. "O Brasil já avançou
tudo o que tinha para avançar",
antecipa Amorim.
É uma alusão ao fato de que o
país sinalizou com abertura para bens industriais, como demandam os países ricos, sem
ter obtido tudo o que pretendia
na área agrícola. Esse impasse
vem desde o lançamento da Rodada Doha, faz sete anos, na capital do Qatar.
O que dá mais urgência ao
eventual diálogo entre Lula e
Bush sobre Doha é o fato de
que, a partir do dia 21, haverá
em Genebra uma reunião ministerial entre os 30 principais
atores do processo, no que parece ser uma tentativa desesperada de alcançar um princípio
de acordo antes das férias de
verão na Europa.
Depois delas, os Estados Unidos entram na reta final das
eleições presidenciais e não há
hipótese de acordo nessas circunstâncias.
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