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VIZINHO
Kirchner diz que seu país não tem "relação carnal" com EUA
DE BUENOS AIRES
O presidente argentino,
Néstor Kirchner, afirmou
ontem que o país "já não tem
relações carnais com ninguém, é independente" e "toma suas próprias decisões".
As declarações de Kirchner foram uma dura resposta
ao anúncio feito anteontem
pelos EUA de que revisarão o
Sistema Geral de Preferências, programa de tarifas comerciais que concede vantagens a países em desenvolvimento e vence no final do
ano. Na revisão, 13 países podem ser excluídos, entre eles
Brasil e Argentina.
"Com todo respeito a todos os países do mundo e aos
EUA, a Argentina sabe o que
tem de fazer, o que foram as
relações carnais, o que foi ser
um país dependente, o que é
a fome, a queda da indústria
e o que nos significou nos subordinar a políticas que não
devíamos nos ter subordinados", afirmou Kirchner. O
termo "relações carnais" é
uma referência à expressão
usada pelo governo Carlos
Menem (1989-1999) para definir a relação próxima com
os EUA no período.
O presidente argentino
comparou os EUA ao Império Romano. Afirmou que os
americanos usam "velhas
teorias do Império Romano"
ao cogitar a retaliação comercial por conta da falência
das negociações da Rodada
de Doha, da OMC (Organização Mundial do Comércio) e
do rechaço de alguns países à
Alca (Área de Livre Comércio das Américas).
Não houve sintonia entre
as declarações do presidente
e a análise do secretário de
Relações Internacionais da
chancelaria argentina, Alfredo Chiaradía. O diplomata
considerou "normal" o
anúncio americano e descartou se tratar de represália.
A Argentina exporta cerca
de US$ 600 milhões anuais
utilizando as tarifas preferenciais do sistema.
Preços
Depois de dois anos de
congelamento de preços, o
governo argentino autorizou
ontem o reajuste de 20% nas
tarifas de vôos domésticos. A
medida atende à reclamação
das Aerolíneas Argentinas,
que detém 90% do mercado,
e faz parte do acordo da Casa
Rosada com a empresa para
aumentar a participação
acionária na companhia: dos
atuais 1,4% para até 20%.
O governo Néstor Kirchner também concedeu aumento de 10% a 15% para
empresas de transporte de
ônibus de longa distância.
Não havia modificações dos
valores há três anos.
No caso dos ônibus, o aumento vale desde ontem. Para as aéreas, será divido: 10%
agora e 10% em 30 dias.
Os reajustes concedidos
pela Casa Rosada aumentam
a expectativa dos demais
concessionários de serviços
públicos por aumentos.
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