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PRAGA
No PR, espécie acabou com 15 mil hectares; MS tenta barrar proliferação
Ipê-mirim destrói áreas de pastagem
FABÍOLA SALANI
DA REDAÇÃO
Quem vê o amarelinho, ou ipê-mirim, enfeitando jardins ou
campos não imagina que aquela
linda espécie, com suas floradas
amarelas, é uma planta invasora
que já destruiu pastos pelo país.
No Paraná, há até uma resolução proibindo a introdução,
transporte e plantio de raízes, galhos e sementes da Tecoma stans
no Estado, tal a proporção de destruição que ela alcançou ali.
"Estamos rezando para o amarelinho acabar", diz Walter Miguel Kranz, engenheiro agrônomo e pesquisador do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná).
Segundo ele, 15 mil hectares de
pastagens já foram destruídos no
Estado, 50 mil hectares estão infectados e o amarelinho está presente em mais da metade dos municípios paranaenses.
"Cada hectare engorda um boi
por ano. Então, pode calcular que
já perdemos 15 mil cabeças que
poderiam ter sido engordadas a
mais", afirma Kranz.
Atualmente, a Universidade Regional de Blumenau (SC) coordena projeto para desenvolver um
controle biológico da espécie.
Em Mato Grosso do Sul, onde a
ciganinha é a preocupação maior
enquanto praga que atinge a pastagem, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária)
já está preocupada com o avanço
do ipê-mirim. "A Prefeitura de
Campo Grande estava recomendando o plantio do amarelinho na
jardinagem da cidade para evitar
o enrosco das árvores nos fios da
rede elétrica -sendo que ele cresce e toma porte arbóreo. E ele se
propaga fácil, pode chegar aos
pastos logo", disse o pesquisador
Saladino Gonçalves Nunes.
Em Terenos, cidade próxima de
Campo Grande, a Embrapa coordenou um exitoso programa para
erradicação do amarelinho.
Como age
Tendo condições boas de umidade, a semente da tecoma cai no
solo e brota. Ao crescer, vira um
pequeno arbusto e, depois, uma
árvore que encobre a vegetação
abaixo dela, destruindo-a. Ao gado não apetece comer o amarelinho; assim, a área infestada acaba
inutilizada para o pasto.
Espécie originária do México e
sul dos Estados Unidos, o ipê-mirim foi trazido para o Brasil sem
suas pragas naturais. Segundo
Kranz, por não encontrar inimigos é que ele se prolifera tão forte
e rapidamente.
Nunes, da Embrapa, afirma que
cada vagem da espécie tem cerca
de 70 sementes ou mais.
Suas principais formas de propagação são a ação do vento
-que carrega as sementes- e do
homem -que planta ou transporta a espécie.
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