São Paulo, sábado, 09 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Petróleo cai, mas Copom não descarta alta de combustíveis

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O BC (Banco Central) poderá incorporar às previsões de inflação desse ano um reajuste da gasolina. Na ata da reunião do Copom divulgada ontem, os diretores avaliam que o aumento no preço do barril de petróleo deve se manter por mais tempo do que o previsto e afirmam haver poucas chances de queda nas cotações no curto prazo.
"O cenário central de trabalho adotado pelo Copom, que prevê preços domésticos da gasolina inalterados em 2006, vem se tornando progressivamente menos plausível, e, portanto, aumentaram significativamente os riscos à sua concretização", diz a ata.
O BC lembra que apesar das quedas recentes na cotação, o preço do barril ainda era 20% superior ao do fim de 2005, quando o Copom se reuniu nos dias 29 e 30 de agosto. Mas essa redução no valor do barril, já foi suficiente para baixar as expectativas do mercado financeiro de impacto do reajuste da gasolina na inflação de 2006.
De acordo com as últimas projeções, o IPCA deve subir 0,15 ponto percentual caso o governo decida pelo reajuste. Antes da queda do preço do petróleo, as estimativas eram de um impacto de 0,4 ponto percentual na inflação.
"Mesmo que o aumento dos combustíveis seja forte, a inflação desse ano será baixa e a de 2007 também. Um reajuste não será um problema tão grande", avalia o economista Sérgio Valle, da MB Associados.
Embora não admita, o BC só terá ganhos com um aumento do combustível logo depois das eleições. É que dessa forma, o impacto será sobre a inflação de 2006, que já está projetada significativamente abaixo da meta de 4,5% para esse ano.


Texto Anterior: Juro pode cair mais 0,5 ponto, sinaliza BC
Próximo Texto: Desburocratização ou morte!
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.