São Paulo, Quinta-feira, 09 de Setembro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
Desempenho no atacado é inferior ao do ano passado, mas setor já fala em perda menor
Venda de carros cresce 11% em agosto

FÁBIA PRATES
em São Paulo

As vendas de veículos no atacado (das fábricas para as concessionárias) em agosto superaram em 10,98% o resultado do mês anterior, mas o desempenho do setor, ao longo deste ano, ainda está aquém do alcançado no mesmo período de 98.
De acordo com levantamento feito pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), foram vendidas no mês passado 109.573 unidades de veículos leves, ônibus e caminhões.
O desempenho dos oito primeiros meses de 99 foi 15,8% inferior ao registrado entre janeiro e agosto de 98, quando foram comercializadas mais de 868,5 mil unidades. Só em agosto do ano passado, foram vendidas 132.697 unidades.
A produção caiu 24,15% na comparação entre os oitos primeiros meses dos dois anos. Até o final de agosto de 99 foram produzidas 894.412 unidades, contra 1.179.226 do ano passado.
Apesar da retração já registrada até agora, a indústria refez a estimativa de queda da produção para este ano. A previsão é chegar ao fim de dezembro com produção de 1,4 milhão de unidades (em 98 foram produzidas 1.585.600).
No ano passado, a Anfavea havia falado em produção de 1 milhão de unidades para este ano.
Pérsio Luiz Pastre, vice-presidente da entidade, afirmou que atingir 1,4 milhão de unidades representará uma "recuperação extraordinária" para o setor, apesar de ainda ficar inferior ao desempenho do ano passado.
Para atingir o número, a indústria precisará produzir em média 126.397 unidades por mês até dezembro.
A estimativa é manter neste mês o desempenho de agosto, quando as vendas foram impulsionadas pela ameaça de não haver renovação do acordo emergencial do setor, que estava vencendo.
O acordo foi prorrogado até 30 de setembro e a indústria aposta agora na criação de um programa de renovação de frota para manter o ritmo de vendas (leia texto nesta página).
Segundo Pastre, a adoção do acordo emergencial em março provocou uma desaceleração na queda das vendas e foi fundamental para que o setor não tivesse retração ainda maior.
No varejo, incluindo nacionais e importados, foram vendidas 119.500 unidades em agosto, resultado que supera em quase 6% o desempenho de julho.
Na comparação com agosto de 98, houve retração de 16,2% nas vendas no varejo.

Importados
Diferentemente dos veículos produzidos no Brasil, os importados registraram queda nas vendas em agosto.
Foram vendidas 13.063 unidades, o que representa queda de 8,5% sobre julho e de 60,19% sobre agosto de 98. A queda acumulada de janeiro a agosto deste ano na comparação com 98 foi de 43,85%.
Somando nacionais e importados, a queda de janeiro a agosto chegou a 21,7%.
As exportações de veículos cresceram 18,75% em agosto sobre julho, mas caíram 31,77% na comparação com o mesmo mês do ano passado. De janeiro a agosto deste ano, a retração nas exportações foi de 46,5%.
Os estoques nas fábricas em agosto ficaram em 34.436 unidades, o correspondente a nove dias de produção. Em julho, havia ficado em 36.038, o equivalente a dez dias de produção.
Na rede de concessionárias, o estoque, segundo Pastre, foi de 92.024 unidades em agosto, referente a 24 dias de venda, e de 91.680 em julho, referente a 25 dias.

Marcas
Entre as quatro principais montadoras do país, a General Motors, terceira colocada do ranking, foi a única a apresentar queda de vendas em agosto sobre julho (-9,98%). Foram vendidas 20.444 unidades no mês passado, contra 22.710 do mês anterior.
Quarta colocada, a Ford teve o maior aumento (54,78%), mas ainda continua muito distante das concorrentes. Vendeu 5.051 unidades em julho e 7.818 em agosto.
A Volkswagen vendeu 31.830 carros (12,93%) e a Fiat, 27.939 (2,9%).


Texto Anterior: Mercado editorial: Justiça do Rio aceita pedido de concordata da Bloch Editores
Próximo Texto: Renovação de frota deve sair até outubro
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.