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INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
Desempenho no atacado é inferior ao do ano passado, mas setor já fala em perda menor
Venda de carros cresce 11% em agosto
FÁBIA PRATES
em São Paulo
As vendas de veículos no atacado (das fábricas para as concessionárias) em agosto superaram
em 10,98% o resultado do mês anterior, mas o desempenho do setor, ao longo deste ano, ainda está
aquém do alcançado no mesmo
período de 98.
De acordo com levantamento
feito pela Anfavea (Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), foram vendidas no mês passado 109.573
unidades de veículos leves, ônibus
e caminhões.
O desempenho dos oito primeiros meses de 99 foi 15,8% inferior
ao registrado entre janeiro e agosto de 98, quando foram comercializadas mais de 868,5 mil unidades. Só em agosto do ano passado,
foram vendidas 132.697 unidades.
A produção caiu 24,15% na
comparação entre os oitos primeiros meses dos dois anos. Até o
final de agosto de 99 foram produzidas 894.412 unidades, contra
1.179.226 do ano passado.
Apesar da retração já registrada
até agora, a indústria refez a estimativa de queda da produção para este ano. A previsão é chegar ao
fim de dezembro com produção
de 1,4 milhão de unidades (em 98
foram produzidas 1.585.600).
No ano passado, a Anfavea havia falado em produção de 1 milhão de unidades para este ano.
Pérsio Luiz Pastre, vice-presidente da entidade, afirmou que
atingir 1,4 milhão de unidades representará uma "recuperação extraordinária" para o setor, apesar
de ainda ficar inferior ao desempenho do ano passado.
Para atingir o número, a indústria precisará produzir em média
126.397 unidades por mês até dezembro.
A estimativa é manter neste mês
o desempenho de agosto, quando
as vendas foram impulsionadas
pela ameaça de não haver renovação do acordo emergencial do setor, que estava vencendo.
O acordo foi prorrogado até 30
de setembro e a indústria aposta
agora na criação de um programa
de renovação de frota para manter o ritmo de vendas (leia texto
nesta página).
Segundo Pastre, a adoção do
acordo emergencial em março
provocou uma desaceleração na
queda das vendas e foi fundamental para que o setor não tivesse retração ainda maior.
No varejo, incluindo nacionais e
importados, foram vendidas
119.500 unidades em agosto, resultado que supera em quase 6%
o desempenho de julho.
Na comparação com agosto de
98, houve retração de 16,2% nas
vendas no varejo.
Importados
Diferentemente dos veículos
produzidos no Brasil, os importados registraram queda nas vendas
em agosto.
Foram vendidas 13.063 unidades, o que representa queda de
8,5% sobre julho e de 60,19% sobre agosto de 98. A queda acumulada de janeiro a agosto deste ano
na comparação com 98 foi de
43,85%.
Somando nacionais e importados, a queda de janeiro a agosto
chegou a 21,7%.
As exportações de veículos cresceram 18,75% em agosto sobre julho, mas caíram 31,77% na comparação com o mesmo mês do
ano passado. De janeiro a agosto
deste ano, a retração nas exportações foi de 46,5%.
Os estoques nas fábricas em
agosto ficaram em 34.436 unidades, o correspondente a nove dias
de produção. Em julho, havia ficado em 36.038, o equivalente a
dez dias de produção.
Na rede de concessionárias, o
estoque, segundo Pastre, foi de
92.024 unidades em agosto, referente a 24 dias de venda, e de
91.680 em julho, referente a 25
dias.
Marcas
Entre as quatro principais montadoras do país, a General Motors, terceira colocada do ranking,
foi a única a apresentar queda de
vendas em agosto sobre julho (-9,98%). Foram vendidas 20.444
unidades no mês passado, contra
22.710 do mês anterior.
Quarta colocada, a Ford teve o
maior aumento (54,78%), mas
ainda continua muito distante
das concorrentes. Vendeu 5.051
unidades em julho e 7.818 em
agosto.
A Volkswagen vendeu 31.830
carros (12,93%) e a Fiat, 27.939
(2,9%).
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