São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2008

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Oposição quer mudança em MP contra crise

MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após encontro com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, líderes da oposição se comprometeram ontem a votar a medida provisória editada pelo governo contra a crise, que dá mais poderes ao BC, mas cobraram algumas mudanças.
A principal idéia, de autoria do deputado José Carlos Aleluia (BA), vice-líder do DEM na Câmara, é incluir na proposta dispositivos que punam maus administradores das instituições bancárias que serão socorridas. De acordo com o deputado, especulações, por exemplo, têm que ser punidas.
"Vamos analisar para ver se não é uma medida provisória apenas para o presidente Lula dar dinheiro a banqueiros. É importante criar medidas para punir os maus administradores. Estamos trabalhando na linha de não passar dinheiro para banqueiro sem algum tipo de cobrança", afirmou.
Outra mudança discutida pela oposição é alocar recursos adicionais. De acordo com o líder tucano José Aníbal (SP), os deputados devem apresentar emendas para elevar o reforço ao crédito para exportadores. Na terça-feira, o governo anunciou uma linha especial de R$ 5 bilhões a ser oferecida pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ao setor exportador. "Se for preciso adicionar recursos, vamos adicionar", disse o tucano.
Apesar de cobrarem mudanças, líderes de DEM, PPS e PSDB afirmam que nenhum desses pontos será empecilho para a votação do texto principal. Segundo todos, a MP será votada o mais rapidamente possível. "Não será nada que vá constranger ou protelar a aprovação", disse Aníbal.
Líderes do governo dizem que estão abertos para discutir mudanças. "Se quiserem aperfeiçoar o texto, estaremos abertos", disse o líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS).
Mesmo elogiando a medida provisória enviada pelo governo, que autoriza o Banco Central a comprar carteiras de crédito de bancos no país por operações de redesconto, congressistas da oposição continuam reclamando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Colaborou ADRIANO CEOLIN , da Sucursal de Brasília


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