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Oposição quer mudança em MP contra crise
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após encontro com o presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, líderes
da oposição se comprometeram ontem a votar a medida
provisória editada pelo governo contra a crise, que dá
mais poderes ao BC, mas cobraram algumas mudanças.
A principal idéia, de autoria do deputado José Carlos
Aleluia (BA), vice-líder do
DEM na Câmara, é incluir na
proposta dispositivos que
punam maus administradores das instituições bancárias que serão socorridas. De
acordo com o deputado, especulações, por exemplo,
têm que ser punidas.
"Vamos analisar para ver
se não é uma medida provisória apenas para o presidente Lula dar dinheiro a banqueiros. É importante criar
medidas para punir os maus
administradores. Estamos
trabalhando na linha de não
passar dinheiro para banqueiro sem algum tipo de cobrança", afirmou.
Outra mudança discutida
pela oposição é alocar recursos adicionais. De acordo
com o líder tucano José Aníbal (SP), os deputados devem
apresentar emendas para
elevar o reforço ao crédito
para exportadores. Na terça-feira, o governo anunciou
uma linha especial de R$ 5
bilhões a ser oferecida pelo
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social) ao setor exportador. "Se for preciso adicionar
recursos, vamos adicionar",
disse o tucano.
Apesar de cobrarem mudanças, líderes de DEM, PPS
e PSDB afirmam que nenhum desses pontos será
empecilho para a votação do
texto principal. Segundo todos, a MP será votada o mais
rapidamente possível. "Não
será nada que vá constranger
ou protelar a aprovação",
disse Aníbal.
Líderes do governo dizem
que estão abertos para discutir mudanças.
"Se quiserem aperfeiçoar o
texto, estaremos abertos",
disse o líder do governo na
Câmara, deputado Henrique
Fontana (PT-RS).
Mesmo elogiando a medida provisória enviada pelo
governo, que autoriza o Banco Central a comprar carteiras de crédito de bancos no
país por operações de redesconto, congressistas da oposição continuam reclamando
do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
Colaborou ADRIANO CEOLIN ,
da Sucursal de Brasília
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