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Concessionárias reajustam taxas e prazos
Incerteza faz financiamento de automóvel ficar menos extenso e mais caro, com variações semanais
FABIANO SEVERO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ainda que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva tenha pedido que o brasileiro mantenha o
nível de consumo, quem precisa de um financiamento já começa a pagar mais pelo crédito.
Comprar um carro zero-quilômetro deve ficar ainda mais difícil no fim de semana.
Sem se identificar, a Folha ligou para 12 concessionárias em
São Paulo de seis marcas diferentes, que trabalham não só
com bancos das próprias montadoras (GM e Ford, por exemplo) mas também com os de varejo (caso do Santander).
Todas reajustaram a taxa de
juros entre sexta-feira e segunda-feira: passou, em média, de
1,4% para 1,7% nos planos de
60 meses. Lojistas, porém, estimam que chegará a 1,8% até
domingo e passará para 2% na
próxima semana.
Isso significa que uma das 60
parcelas de um Volkswagen
Gol 1.0 (cujo preço fica em torno de R$ 30 mil) era de R$ 839
na semana passada. Agora, é de
R$ 907. Para um Fiat Punto 1.4
(R$ 43,5 mil), os valores subiram de R$ 1.102 (taxa de 1,42%)
para R$ 1.175 (1,70%).
Esses valores são para financiamentos sem entrada, modalidade que já começa a rarear.
As financeiras começam a exigir um pagamento mínimo de
10% do valor do carro zero-quilômetro para os parcelamentos
de 60 ou 72 meses -o percentual é de 20% para os usados.
Os planos de 72 meses, muito divulgados na época de crédito fácil, já saíram de cena.
Hoje, o máximo são 60 meses, e
vendedores dizem que, no fim
de semana, é provável que sejam reduzidos a 36 meses.
O clima de incerteza é tanto
que, segundo um vendedor, o
Itaú (dono do Banco Fiat) chegou a suspender os planos de financiamento na terça-feira. Já
a Finasa reajustou a tabela três
vezes desde sexta-feira. O Banco GM passou a alterar sua tabela semanalmente -antes, o
fazia uma vez por mês.
Importados
Aparentemente ainda não
afetados pelo dólar galopante,
os veículos importados também sentem a restrição ao crédito. Na Hyundai, por exemplo,
ainda é possível encontrar planos com 50% de entrada e saldo
dividido em 36 vezes fixas sem
juros. Mas, em cinco dias, a taxa
foi de 1,39% para 1,49%. Até
amanhã, os vendedores esperam que seja de 1,80%.
Assim, a versão mais barata
do Tucson (R$ 79.990) viu, no
financiamento em 60 meses, a
parcela ir de R$ 2.090 para R$
2.245. Com entrada de R$ 40
mil (50%), o consumidor paga
36 parcelas de R$ 1.133.
De acordo com os vendedores, a taxa era subsidiada pelo
importador, que não conseguirá mantê-la por muito tempo.
Procurada pela Folha, a Anef
(Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras) não se pronunciou.
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