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Setor elétrico já faz pedido a governo Lula
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O setor de energia elétrica teve
ontem o primeiro encontro com a
equipe de transição do governo
eleito para defender seus interesses. O presidente da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), Luiz
Carlos Guimarães, apresentou à
equipe técnica as principais preocupações dos empresários, entre
elas a mudança na metodologia
fixada para a revisão periódica
dos contratos, que pesará nos reajustes de tarifa a partir de 2003.
Além de reajustes anuais, os
contratos assinados quando das
privatizações prevêem o equilíbrio econômico-financeiro dos
termos firmados a cada quatro
anos. A maior parte das revisões
começa em abril do próximo ano,
e as empresas estão questionando
os parâmetros fixados pela Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica).
As distribuidoras de energia haviam perdido, em setembro, queda-de-braço com a Aneel para definir como serão feitas as revisões
tarifárias. A agência decidiu pelo
critério que pode beneficiar o
consumidor, dando reajustes menores para as distribuidoras.
Prazo
Mesmo após a definição da
agência, o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética)
criou um grupo para analisar o
critério escolhido. O prazo final
para que o grupo apresente a conclusão é 30 de novembro. A Folha
apurou que o relatório não será
conclusivo.
O tema é relevante tanto do
ponto de vista de serviço à população quanto pelo seu impacto inflacionário. Nos primeiros nove
meses do ano, a energia contribuiu com 0,65 ponto percentual
na composição do IPCA (Índice
de Preços ao Consumidor Amplo), principal referência para o
sistema de metas de inflação adotado pelo governo.
Guimarães se reuniu com Dilma Roussef, secretária de Minas,
Energia e Comunicação do Rio
Grande Sul, que integra a equipe
técnica de transição do governo
eleito. O encontro foi requisitado
por entidades que representam o
setor.
Balanço
A reunião também serviu para
apresentar ao governo de transição um balanço sobre o andamento dos 33 itens de revitalização do setor propostos durante o
racionamento de energia e que teriam sido cumpridos apenas parcialmente, de acordo com Guimarães.
"Não houve nenhum compromisso. Foi só um encontro para
apresentar nossas preocupações.
Não havia nem expectativa de que
ela formasse um juízo sobre questões tão complexas agora", disse
Guimarães à saída do encontro.
Colaborou Humberto Medina,
da Sucursal de Brasília
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