São Paulo, sábado, 09 de novembro de 2002

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Setor elétrico já faz pedido a governo Lula

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O setor de energia elétrica teve ontem o primeiro encontro com a equipe de transição do governo eleito para defender seus interesses. O presidente da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), Luiz Carlos Guimarães, apresentou à equipe técnica as principais preocupações dos empresários, entre elas a mudança na metodologia fixada para a revisão periódica dos contratos, que pesará nos reajustes de tarifa a partir de 2003.
Além de reajustes anuais, os contratos assinados quando das privatizações prevêem o equilíbrio econômico-financeiro dos termos firmados a cada quatro anos. A maior parte das revisões começa em abril do próximo ano, e as empresas estão questionando os parâmetros fixados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
As distribuidoras de energia haviam perdido, em setembro, queda-de-braço com a Aneel para definir como serão feitas as revisões tarifárias. A agência decidiu pelo critério que pode beneficiar o consumidor, dando reajustes menores para as distribuidoras.

Prazo
Mesmo após a definição da agência, o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) criou um grupo para analisar o critério escolhido. O prazo final para que o grupo apresente a conclusão é 30 de novembro. A Folha apurou que o relatório não será conclusivo.
O tema é relevante tanto do ponto de vista de serviço à população quanto pelo seu impacto inflacionário. Nos primeiros nove meses do ano, a energia contribuiu com 0,65 ponto percentual na composição do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), principal referência para o sistema de metas de inflação adotado pelo governo.
Guimarães se reuniu com Dilma Roussef, secretária de Minas, Energia e Comunicação do Rio Grande Sul, que integra a equipe técnica de transição do governo eleito. O encontro foi requisitado por entidades que representam o setor.

Balanço
A reunião também serviu para apresentar ao governo de transição um balanço sobre o andamento dos 33 itens de revitalização do setor propostos durante o racionamento de energia e que teriam sido cumpridos apenas parcialmente, de acordo com Guimarães.
"Não houve nenhum compromisso. Foi só um encontro para apresentar nossas preocupações. Não havia nem expectativa de que ela formasse um juízo sobre questões tão complexas agora", disse Guimarães à saída do encontro.


Colaborou Humberto Medina, da Sucursal de Brasília

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