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ANO DO DRAGÃO
Estimativa da Petrobras era reajuste de 9%; gás subiu menos
Gasolina sobe 11% na bomba, diz ANP
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O aumento da gasolina na refinaria chegou mais forte do que o
previsto ao bolso do consumidor:
o preço médio subiu 11% nas
bombas, contra uma estimativa
de alta de 9% feita pela Petrobras.
O mesmo não ocorreu com o
gás de cozinha, cujo preço saltou
8,5% nas revendas -abaixo dos
12% previstos pela estatal.
Os dados são do primeiro levantamento semanal da ANP (Agência Nacional do Petróleo) realizado depois que a Petrobras reajustou o preço dos derivados na refinaria. O gás de cozinha subiu
22,8% na terça-feira e a gasolina,
12,09%, na segunda-feira.
Com a coleta de preços iniciada
na segunda-feira, a pesquisa revelou ainda que o preço do diesel
subiu 16,2% nas bombas -percentual próximo dos 17% previstos pela Petrobras. O álcool aumentou 20,9%.
O preço médio nacional do litro
da gasolina ficou em R$ 1,964
-era R$ 1,769 antes do reajuste.
O preço do botijão de gás subiu de
R$ 23,06 para R$ 25,03.
Nesta semana, o diretor-geral
da ANP, Sebastião do Rêgo Barros, havia dito que a agência poderia voltar a controlar o valor
dos combustíveis em caso de preço abusivo. Ontem, a agência não
fez comentários sobre os resultados da pesquisa. Apesar dos reajustes ficarem próximos aos estimados, a pesquisa da ANP apontou o aumento da margem bruta
de lucro (sem contar as despesas)
dos revendedores.
Segundo da ANP, a margem
bruta dos postos aumentou
59,9% na venda de gasolina -era
R$ 0,232 por litro e passou para
R$ 0,371. No caso do diesel, a margem aumentou de R$ 0,140 para
R$ 0,281 -alta de 100,7%. No gás
de cozinha, subiu de R$ 3,59 para
R$ 5,31, o que representa uma elevação de 47,9%.
O presidente da Fecombustíveis
(federação nacional dos postos),
Luiz Gil Siuffo, negou que os postos tenham ampliado as margens.
"É impossível que isso tenha
ocorrido", afirmou, acrescentando que a ANP deve ter desconsiderado na pesquisa o reajuste do
álcool, que subiu 21% no fim do
mês passado. Representantes do
Sindigás foram procurados pela
Folha, mas não tinham sido localizados até as 20h.
A gasolina pode ter subido mais
do que o previsto por causa do aumento do álcool, que é misturado
em 25% ao combustível. A Fecombustíveis estimara uma elevação de 12% para a gasolina, já considerando o reajuste do álcool.
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