São Paulo, sábado, 09 de novembro de 2002

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ANO DO DRAGÃO

Estimativa da Petrobras era reajuste de 9%; gás subiu menos

Gasolina sobe 11% na bomba, diz ANP

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O aumento da gasolina na refinaria chegou mais forte do que o previsto ao bolso do consumidor: o preço médio subiu 11% nas bombas, contra uma estimativa de alta de 9% feita pela Petrobras.
O mesmo não ocorreu com o gás de cozinha, cujo preço saltou 8,5% nas revendas -abaixo dos 12% previstos pela estatal.
Os dados são do primeiro levantamento semanal da ANP (Agência Nacional do Petróleo) realizado depois que a Petrobras reajustou o preço dos derivados na refinaria. O gás de cozinha subiu 22,8% na terça-feira e a gasolina, 12,09%, na segunda-feira.
Com a coleta de preços iniciada na segunda-feira, a pesquisa revelou ainda que o preço do diesel subiu 16,2% nas bombas -percentual próximo dos 17% previstos pela Petrobras. O álcool aumentou 20,9%.
O preço médio nacional do litro da gasolina ficou em R$ 1,964 -era R$ 1,769 antes do reajuste. O preço do botijão de gás subiu de R$ 23,06 para R$ 25,03.
Nesta semana, o diretor-geral da ANP, Sebastião do Rêgo Barros, havia dito que a agência poderia voltar a controlar o valor dos combustíveis em caso de preço abusivo. Ontem, a agência não fez comentários sobre os resultados da pesquisa. Apesar dos reajustes ficarem próximos aos estimados, a pesquisa da ANP apontou o aumento da margem bruta de lucro (sem contar as despesas) dos revendedores.
Segundo da ANP, a margem bruta dos postos aumentou 59,9% na venda de gasolina -era R$ 0,232 por litro e passou para R$ 0,371. No caso do diesel, a margem aumentou de R$ 0,140 para R$ 0,281 -alta de 100,7%. No gás de cozinha, subiu de R$ 3,59 para R$ 5,31, o que representa uma elevação de 47,9%.
O presidente da Fecombustíveis (federação nacional dos postos), Luiz Gil Siuffo, negou que os postos tenham ampliado as margens. "É impossível que isso tenha ocorrido", afirmou, acrescentando que a ANP deve ter desconsiderado na pesquisa o reajuste do álcool, que subiu 21% no fim do mês passado. Representantes do Sindigás foram procurados pela Folha, mas não tinham sido localizados até as 20h.
A gasolina pode ter subido mais do que o previsto por causa do aumento do álcool, que é misturado em 25% ao combustível. A Fecombustíveis estimara uma elevação de 12% para a gasolina, já considerando o reajuste do álcool.


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