São Paulo, sábado, 09 de novembro de 2002

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TRABALHO

Impasse nas negociações de 168 mil metalúrgicos faz central anunciar estratégia de paralisação por empresa

Greve da Força quer parar 20 mil por dia

Flavio Florido/ Folha Imagem
Trabalhadores aprovam em assembléia greve por tempo indeterminado nas fábricas do grupo 10


CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de segunda-feira, os metalúrgicos da Força Sindical ameaçam entrar em greve por tempo indeterminado nas empresas do grupo 10 (lâmpadas, estamparia) por causa do impasse nas negociações salariais.
Esse setor reúne cerca de 168 mil trabalhadores no Estado de São Paulo, mas a estratégia da central é parar cem empresas por dia. Juntas essas fábricas empregam 20 mil metalúrgicos. A decisão foi aprovada ontem em assembléia, que reuniu 2.000 trabalhadores na sede da central em São Paulo.
Na capital, 30 empresas do grupo 10, de pequeno e médio porte, já estão no alvo da Força. Entre elas: Sylvania, Brasimet e Metalúrgica Matarazzo.
Com a paralisação, a central quer pressionar as empresas a fazerem acordos individuais já que os negociadores do grupo patronal condicionaram o reajuste salarial à retirada de direitos. "Os patrões só discutem reajuste, mas se acabar a estabilidade no emprego garantida aos portadores de doença profissional e para quem sofreu acidente de trabalho. Hoje, a garantia vai até a aposentadoria", disse Eleno José Bezerra, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Em 2001, a categoria enfrentou o mesmo problema nas negociações salariais, e os acordos foram fechados por empresa.
Nas negociações com os metalúrgicos da CUT também não houve acordo com os empresários do grupo 10. Assembléias serão feitas nos sindicatos ligados à FEM-CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos) até o dia 13 deste mês e também pode haver greve no setor envolvendo 20 mil.
Os 7.300 funcionários da GM (General Motors) de São Caetano do Sul estão em estado de greve e podem parar a partir de terça-feira, segundo informaram representantes dos trabalhadores.
Após três rodadas de negociação, a montadora propôs reajuste integral da inflação para quem ganha até R$ 4.200. Acima dessa faixa seria pago valor fixo de R$ 420. A proposta foi rejeitada pelos trabalhadores, e nova reunião foi marcada para segunda-feira. A GM não confirma as informações.


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